Samambaia cada vez mais perto de receber o lixo das 32 cidades do DF

Publicado em: 29/01/2013

Por Eldo Gomes – Uma manobra do governo local decidiu jogar o lixo de 32 cidades satélites em Samambaia-DF, porém, ainda resta a esperança que os deputados distritais mostrem serviço e não permitam que uma cidade com milhares de nascentes, três parques e um grande córrego, o Gatumé, que corta a cidade recebe lixão. 

O Governo do Distrito Federal recebeu, nesta segunda-feira 28, os envelopes das empresas que querem atuar na coleta seletiva de lixo na capital do país. Quatro envelopes foram habilitados, e o governo espera começar o serviço em abril.

 

Assim, o DF cumpre os prazos estipulados pela Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que mudanças estruturais ocorram nos estados até 2014. Outras medidas que o GDF trabalha para cumprir nos prazos determinados pela lei federal são construir um novo aterro sanitário e fechar, definitivamente, o lixão da Estrutural. A expectativa do governo é abrir os envelopes nesta quarta-feira 30.

 

Hoje, apenas 3% de todo o lixo recolhido na capital do país é reciclado. Para facilitar o trabalho, a capital do país vai ser dividida em quatro partes, e os caminhões vão recolher tanto o lixo seco, que é reciclável, quanto o lixo orgânico. Assim, 100% da residências urbanas e rurais vão ter coleta seletiva de resíduos, e não mais de forma pontual como ocorre atualmente.

 

A reciclagem só vai ser possível a partir da construção de usinas de produção. Por isso, o governo pretende ampliar os galpões, localizados no final da L4 Sul e também no P Sul. Essas usinas de produção transformam o lixo orgânico em composto para ser usado na agricultura.

 

"A cidade é cheia de árvores, tem um bom cheiro, uma empresa grande que é a Sadia, vários córregos, pesque-paque e como lider comunitária da expansão de Samambaia sei que vai prejudicar a economia, comércio e a nossa saúde", destaca a moradora Maria Coelho.

 

Opinião da população – Essa ação precisa de fiscalização dos deputados do Distrito Federal. A comunidade é, em sua grande maioria, contrária a esse empreendimento, “porque isso trará mau cheiro, poluição das águas da Bacia do Descoberto, preconceitos sociais, desvalorização imobiliária e sobrecarga nas vias, entre outros”, dizem. Muitos desconfiam que os interesses econômicos das empresas de limpeza urbana vão suplantar a implantação de um sistema digno de coleta seletiva e destinação dos resíduos sólidos no Distrito Federal.

 

Líderes comunitários de Samambaia já mobilizaram os moradores da cidade várias vezes contra a instalação do aterro sanitário na Quadra 1.033, em Samambaia Oeste. A última manifestação ocorreu no início da manhã de ontem, quando cerca de 30 moradores protestaram na DF-180. Eles afirmam não terem sido consultados pelo GDF, e alegam que o local destinado para o aterro é uma área de proteção ambiental, cercada por nascentes. Além disso, há uma escola próxima ao terreno, que atende mais de 200 alunos.

 

“Samambaia em peso é contra essa medida. Fechamos a BR para mostrar que não seremos enganados. Ninguém quer morar perto do lixo”, reclamou Delson Pereira, prefeito da Quadra 1.029 de Samambaia e representante dos moradores.

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