Quinta-feira é dia folga na Câmara Legislativa

Publicado em: 20/10/2011

Não foi preciso denúncia, repercussão na imprensa nacional, nem disputa política em torno de suspeitas de envolvimento do governador Agnelo Queiroz nos desvios do Programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes. Nada disso: uma reunião na Presidência – que deveria contar com a presença dos deputados distritais – foi o motivo alegado para a não realização dos trabalhos na Câmara Legislativa, na tarde desta quinta-feira (20).

Resultado: não houve reunião, adiada pela Mesa Diretora para a próxima terça-feira, nem sessão ordinária. E mais uma vez não houve votação. A Comissão Geral, realizada nas últimas três quintas-feiras, também não vingou. Mas o que parece é que são cada vez mais comuns os pretextos para que o dia seja vazio de realizações.

Um dos primeiros (e poucos) a chegar ao plenário, o deputado Chico Vigilante (PT) fez um muxoxo e reclamou: “Mas logo hoje, que eu trouxe todas as certidões negativas do governador, para mostrar que não existe nada contra ele!”. Com a papelada em mãos, o distrital conversava com os jornalistas antes da sessão, que foi aberta e fechada por falta de quórum. “Tem que fazer uma reunião da base com o governador, quando ele retornar de Zurique”, defendeu.

Confusão de véspera

O deputado já tinha proposto a reunião da bancada ontem, quarta-feira (19), depois que a sessão ordinária foi interrompida, por falta de quórum, logo depois de aberta. O motivo foi um pedido de contagem dos parlamentares presentes, feito pela deputada Eliana Pedrosa (PSD). A distrital vem se abstendo de votar em forma de protesto contra as ações do governo. Na hora, havia 12 parlamentares, um a menos do que o mínimo necessário para votações.

Depois que os líderes decidiram pela inversão de pauta, para apreciar projetos do Executivo antes das propostas dos parlamentares, alguns distritais deixaram o plenário e impediram a votação dos projetos encaminhados pelo governador. A súbita mudança irritou os líderes do governo Wasny de Roure (PT) e do PT Chico Vigilante, que protestaram veementemente contra a atitude da oposição. Mas não teve jeito. Foi necessário reconhecer a regimentalidade do direito de obstrução.

Acordo de líderes

O deputado Agaciel Maia, também presente à sessão desta quinta-feira, fez que não era com ele e alfinetou: “Não sou responsável por está situação. Estou presente em todas as sessões, faço a minha parte. Mas votação é acordo de líderes, sem negociação não acontece”, justificou.

O líder do governo, deputado Wasny de Roure, ressaltou que o acordo existe, mas que os deputados não cumprem. “Tínhamos um acordo. A deputada Celina Leão, e os deputados Rôney Nemer e Chico Vigilante, por exemplo, estavam cientes. Mas o que aconteceu ontem foi constrangedor. Entendo a posição dos deputados, o direito de obstruir, mas é necessário reconhecer que a não realização das sessões e das votações prejudica a sociedade”. Questionado quanto ao adiamento da reunião, disse: “Nem estava sabendo, cheguei agora para participar e me avisaram”. Mas Wasny de Roure não perde a esperança: “Temos muito a fazer, a política do lixo, o projeto sobre o IPVA, o PDOT… tem muito trabalho até o fim do ano. Acredito que vamos cumprir tudo”, declarou.

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