A 7ª edição do festival Cara e Cultura negra teve início nesta segunda-feira (7) com o ciclo de debates “Mulheres que Brilham”, do qual fez parte a secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amâncio, a presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Ivelise Longhi, decana de Extensão da Universidade de Brasília (UnB), Jadete Amorim; a coordenadora do projeto, arquiteta Flávia Portela, prefeita do CONIC, o professor da Faculdade de Educação da UnB e o deputado Chico Vigilante, líder do Bloco PT/PRB, que abriu o evento.
O deputado Chico Vigilante abriu o evento relembrando mulheres brasileiras de vanguarda e algumas anônimas, todas decisivas para o desenvolvimento do País. Entre elas, dona Lindú, mãe do presidente Lula e dona Dilma, mãe da presidenta Dilma Rousseff. O deputado fez
uma referência especial à sua própria mãe, dona Josefa, maranhense de 78 anos, que criou os filhos quebrando côco babaçu. “Uma mulher muito determinada, que educou a mim e aos meus irmãos”, disse Chico Vigilante. E a acrescentou: “Tenho para mim que a escola ensina
conceitos básicos de aprendizagem, mas quem educa é a família”.
O deputado ressaltou ainda as mães de famílias anônimas em todo o Brasil e no DF, diariamente, no silêncio de seus lares, são mães de famílias que brilham. “É uma honra para mim abrir esse ciclo de debates. Certamente serão discussões muitos ricas, que ajudarão na
tomada de consciência e decisões a serem fomentadas a partir deles”, argumentou o parlamentar.
Elas
Ivelise Longhi reforçou as palavras de Vigilante e destacou a abertura feita pelo deputado. Ela apresentou dados da posição da mulher no Brasil e no DF, no mercado de trabalho, e a pesquisa realizada pela Codeplan que define o perfil das 30 regiões administrativas do DF,
sendo que 21 delas já está finalizada. De acordo com os dados, 51,3% da população brasileira é feminina. Elas respondem por 48,8% dos postos de trabalho. Em média, têm 8.8 anos de
escolaridade conta 7.7, dos homens. Contudo, eles são maioria nos postos de trabalho e ainda ganham mais que elas, mesmo tendo menos escolaridade. No DF, a realidade nacional se repete: as mulheres em idade ativa são maioria. Representam 53,7% do total da população
residente em 2010, no entanto, na população economicamente ativa, elas representam 48,9%. “Eu tenho dito sempre que nós não queremos ocupar o lugar de ninguém; queremos apenas ocupar o espaço que está reservado a nós”, disse Ivelise.
Para a secretaria Olgamir Amâncio é importante que a Câmara Legislativa abra suas portas para esse tipo de evento. “Esse debate é muito importante para definirmos nossa identidade afro descendente e de gênero, que agora adquire um recorte mais acentuado ao trazer pra
visibilidade temas que afligem as mulheres”, destacou.
Flávia Portela, coordenadora do evento, agradeceu o apoio integral do gabinete do deputado Chico Vigilante, encabeçado pelo próprio deputado que apoiou a realização do evento na CLDF desde o início. Segundo Flávia, é importante mostrar que apesar de apenas 51 homenageadas na exposição, são muitas as Dilmas em todo o Brasil, ainda que invisíveis, lutando por uma igualdade de direito muito além da questão de gênero, raça ou cor, mas por um mundo mais igualitário.
Ao final do ciclo de debates, as discussões e troca de experiências vivenciadas serão encaminhadas à Secretaria da Mulher para fomentação de políticas públicas direcionadas.
Foto: Fabio Rivas/CLDF