Sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra na próxima segunda-feira (21), no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal vai tratar do tema igualdade racial no Brasil. O evento de iniciativa dos distritais Cláudio Abrantes (PPS) e Rejane Pitanga (PT) lembrará que 2011 foi sido escolhido como Ano Internacional do Afrodescendente pela ONU.
A sessão solene ocorre um dia após 20 de Novembro, comemorado em todo o Brasil com data da consciência negra em homenagem a Zumbi dos Palmares.
As efemérides não param por aí, pois em 2011 completaram-se dez anos da declaração de Durban, na África, do Sul, elaborado em evento da ONU que discutiu racismo, xenofobismo, intolerância e discriminações correlatas.
Outra data que deve ser mencionada é a dos 150 anos da assinatura da Lei do Ventre Livre. Apesar de todas essas datas, o enfrentamento das desigualdades raciais continua um desafio no Brasil.
O deputado Cláudio Abrantes menciona os dados revelados na última semana a partir do Censo 2010.
O IBGE demonstrou que continuam existindo desigualdades na distribuição de renda pode entre pretos e pardos e os brancos na pirâmide etária.
Pelos dados do censo, os rendimentos médios mensais dos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) e indígenas (R$ 735) é praticamente a metade dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574). As capitais com maior desigualdade são Salvador (Bahia) com os brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos e Recife (Pernambuco), onde essa diferença é o triplo.
A mudança que pode ser considerada positiva na estrutura populacional em termos de cor ou raça diz respeito à consciência. A proporção de pessoas que se declaram pretas ou pardas teve um aumento de 6 pontos percentuais, com 50,7%, em relação a 2000, que era de 44,7%.
Segundo o IBGE, as regiões Norte e Nordeste têm a maior concentração de pretos e pardos enquanto o Sudeste e o Sul têm maioria branca. Esse quadro condiz com a ocupação histórica do país. Na população abaixo dos 40 anos a proporção de pretos e pardos é maior. Já entre os idosos, maiores de 65 e principalmente acima de 80 anos, há mais brancos.