Até a reforma ministerial, a presidenta Dilma Roussef deve ter muito trabalho com Carlos Lupi (PDT), Ministro do Trabalho acusado de várias irregularidades. Não bastassem as denúncias na pasta ministerial que ocupa, onde haveria tido desvios em convênios, cobranças de propina e até de pegar “carona” em avião providenciado por um empresário e dirigente de ONG, que meses depois assinou convênios com o ministério, o ministro é alvo de acusação de ter sido funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados em Brasília e na Câmara Municipal do Rio entre 2000 e 2006.
Dilma está em Caracas, na Venezuela, onde participa da criação da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe, ao ser questionada se a declaração de amor feita por Lupi influenciou em sua decisão de não acatar a sugestão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. “Tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e eu diria também [que não sou] uma romântica”, afirmou em áudio contendo a declaração foi divulgado pela assessoria de comunicação da Presidência da República.
Enquanto isso no Brasil, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) entrou na Justiça contra Dilma, Lupi e a União, acusando a presidenta de omissão em não exonerar um ministro acusado de cometer atos de improbidade administrativa.
Comissão de Ética – Dilma manteve Lupi no cargo na quinta-feira, antes de embarcar para a Venezuela, mesmo após recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, para exonerar o ministro, mas já disse ao ministro que a única chance de ele permanecer no cargo até a reforma ministerial, é dar explicações “convincentes” sobre os escândalos de que é alvo.
Na última sexta (02), o presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, defendeu a colegiado no encerramento de um seminário sobre ética, afirmando não se tratar de uma “comissão de mentirinha”, como teria dito o senador Pedro Simon, ao criticar antigas punições dadas pelo grupo, que o Simon julgara insuficientes.
Pertence avisou que deve enviar na segunda (04), as explicações pedidas por Dilma, sobre a recomendação de exoneração de Lupi.