Moradores conseguem que Novacap desista temporariamente de derrubar árvore

Publicado em: 05/01/2012

Uma espécime Ochroma pyramidale, mais conhecido como Pau de Balsa esteve no centro e uma polêmica entre moradores da 415 Norte e a Companhia Urbanizadora Nova Capital (Novacap). A Companhia queria derrubar a árvore que fica na área verde em frente ao Bloco G da quadra. Nesta quarta (04), um engenheiro florestal esteve no local para conversar com moradores, que não desistiram da preservação do espécime.

Para evitar maiores polêmicas, a árvore deverá ser apenas podada, ao menos até que os moradores sejam convencidos da necessidade do corte do Pau de Balsa e apenas alguns galhos devem ser retirados como medida de prevenção. A Novacap alega que o espécime apresenta “feridas” e um buraco com fungos na base do caule principal, o que pode comprometer a vida da planta e até causar a queda.

Motosserra – Tudo começou na terça (03), quando funcionários da Companhia estiveram no local para a derrubada e a confusão foi instalada. A árvore é uma espécie nativa da Amazônia, tem cerca de 10m de altura, expectativa de vida de cerca de 100 anos e foi plantada no início da construção de Brasília. Os argumentos de que partes da árvore estão em processo de apodrecimento não convencem a comunidade. Para defender o Pau de Balsa do corte, algumas pessoas cercaram a planta e apenas um galho do pau-de-balsa foi cortado.

Os moradores estão dispostos a recorrer à justiça para que a árvore seja poupada e uma outra solução seja buscada. Os moradores defendem que o espécime seja preservado, principalmente pelo fato de ser a maior da quadra e abrigar pássaros e uma grande biodiversidade, além de ter uma história a ser respeitada.

Divergências – O síndico do Bloco G, Eudes Queiroz, foi quem sugeriu o recurso à Justiça com pedido de liminar, para adiar a derrubada até que fosse discutida uma solução para salvar o pau-de-balsa. Ele afirma que mora no local desde 1994 e sempre que a poda de uma árvore é solicitada, há uma demora de mais de seis meses, mas que desta vez, em pleno recesso a empresa manda funcionários para arrancar a árvore que nunca causara incômodo. “Não vejo como ela representa um perigo tão grande”, diz Eudes.

Já Rômulo Ervilha, chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap alega que há uma podridão do tamanho de um braço no tronco principal condenando a árvore. Diz ainda que o corte foi determinado com base em um laudo de um engenheiro florestal, atestando o risco iminente de queda ou o comprometimento de fiações aéreas ou subterrâneas, lembrando que a árvore está ao lado de uma escola e pode ferir alguém, caso caia. “Se ela matar um estudante ou alguém que esteja passando pelo local, nós seremos responsáveis. Seremos processados por omissão”, afirma.

Com informações e foto do Correio Braziliense.

Artigos relacionados