De acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda (12) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal são os mais bem pagos entre 14 unidades da federação avaliadas. O CNTE comanda uma mobilização nacional pela campanha salarial iniciada nesta segunda, que prevê três dias de paralisação de advertência, mas no DF a categoria já deflagrou greve por tempo indeterminado em assembleia realizada na última quinta (08) pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). O GDF anunciou que vai cortar o ponto dos grevistas.
O levantamento do CNTE aponta que no DF, a remuneração média de profissionais com nível médio, somando o salário e os benefícios, é de R$ 3.121,95. O valor recebido pela categoria é 52% maior do que o segundo colocado na lista, o Amapá, onde o profissional com a mesma formação recebe em média R$ 2.046,36 e na comparação com o Espírito Santo, onde a categoria recebe a remuneração mais baixa, o salário médio é de R$ 963,13, o que significa que os professores da rede pública do DF recebem 224% a mais.
O levantamento do CNTE foi feito com base em informações repassadas pelos sindicatos estaduais. A lista traz os valores pagos a professores de Acre, Amapá, Bahia, Ceará, DF, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. Os dados dos outros estados não foram repassados, informou o CNTE.
Equiparação local – De acordo com a diretora de comunicação do Sinpro-DF, Rosilene Correa, atribui as reivindicações da categoria ao alto custo de vida no DF. O sindicato afirma ainda que a categoria resolveu parar, após o governo do DF não cumprir acordos estabelecidos em 2011.
Os professores do DF também querem a equiparação com outras áreas do GDF, não com o dos professores de outros estados. “Para o último concurso do Detran, por exemplo, o salário inicial era praticamente igual ao meu, que tenho 30 anos de magistério. Nós queremos equiparação com outras carreiras do GDF”, afirmou. Quanto ao corte de ponto, o Sinpro vê como tentativa de “intimidação”.
Rede pública – Mais de 500 mil alunos das 649 escolas da rede pública de ensino do DF não tiveram aula nesta segunda, quando a paralisação começou. Segundo o sindicato, as escolas públicas devem ficar fechadas até o dia 20 de março, quando está marcada a data para nova assembleia da categoria.
Por seu turno, a Secretaria de Educação afirma que o governo está impossibilitado de atender todas as reivindicações dos professores em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), porque os gastos com pessoal estariam quase no limite do que permite a lei. De acordo com o secretário de Educação, Denílson da Costa, mais de 90% dos pedidos de negociação, que começaram ano passado, já foram atendidas. “Reestruturar carreira não é somente reajustar salário, tem mais coisas importantes e isso já vem sendo feito. A comunidade é que mais precisa de aula, por isso pedimos sensibilidade dos professores, uma vez que a greve interrompe o processo de diálogo”, afirmou.
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Foto, Agência Brasil.