O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o ex-senador Luiz Estevão pela prática reiterada de crime de lavagem de dinheiro, através do time de futebol Brasiliense. De acordo com a denúncia, Estevão usou o time 16 vezes para esconder a movimentação de dinheiro, cuja origem seriam atividades criminosas. As informações para a denúncia foram obtidas a partir de inquérito policial aberto em 2005 que obteve a quebra de sigilo bancário de Luiz Estevão e do Brasiliense entre 2001 e 2005.
A conclusão do inquérito foi que mesmo o senador estando com os bens bloqueados, havia grande movimentação de dinheiro na conta do time, a maior parte vinculada às empresas de Estevão, o Grupo OK. O MPF acredita que o ex-senador tenha usado o Brasiliense para dificultar o rastreamento do dinheiro desviado de atividades criminosas.
Luiz Estevão já tem condenação por corrupção ativa, estelionato, peculato uso de documento falso pelo desvio de verbas na construção do TRT de São Paulo, onde a Justiça estima que R$ 169 milhões tenham sido desviados. As condenações na Justiça ainda cabem recurso.
Despropositada e fantasiosa – De acordo com Luiz Estevão, a denúncia é “despropositada e fantasiosa”. Ele alega que o caso do TRT de São Paulo foi encerrado em 1997, com o embargo da obra e que o MPF não teria base para vincular os supostos desvios da obra ao funcionamento do Brasiliense. Estevão alega ainda que, no período da investigação do MP, não houve compra ou venda de jogadores. Segundo ele as receitas eram dos patrocinadores e as despesas, os salários dos atletas.
Ainda segundo o ex-senador, entre 2001 e 2005, o Brasiliense era patrocinado pela OK Automóveis e a Itália Veículos, que estavam em situação legal. “Eram empresas regulares, sem nenhuma pendência. Além do mais, esse patrocínio estava escancarado nas camisetas dos jogadores. Querer vincular a história do TRT de São Paulo ao Brasiliense é uma ilação despropositada, totalmente fantasiosa”, declarou afirmando ainda que o time recebeu entre os anos de 2003 e 2005, a cota de transmissão da TV Globo e financiamento do Banco de Brasília (BRB).
Com informações do Blog da Lílian Tahan. Foto wscon.