Desde que o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso em 29 de fevereiro, não há um só dia sem novidades quanto ao caso. Nesta quarta (04) o destaque ficou por conta do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que anunciou o afastamento de servidores que ocupam cargos de chefia na superintendência do Distrito Federal. O relatório da PF menciona valores e diz haver envolvimento do superintendente do Incra no Distrito Federal, Marco Aurélio Bezerra da Rocha, com o grupo de Cachoeira, mas ele afirmou à imprensa que não está entre os servidores afastados.
A decisão vem logo após a divulgação de gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelando que o grupo de Cachoeira teria negociado o a regularização de uma fazenda, através do pagamento de propina. O relatório da Operação Monte Carlo da PF apontou em novembro passado que há veementes indícios da corrupção de servidores públicos em troca das liberações e assinaturas necessárias para regularização da área.
Através de nota, o Incra informou que os servidores que participaram do processo de certificação da área serão afastados, para permitir maior isenção nas investigações. Ainda segundo o comunicado, os fatos vinham sendo apurados pelo órgão desde o ano passado. “Desde setembro de 2011, a direção nacional da autarquia tem conhecimento da existência de processos de certificação de imóveis rurais com suspeitas de irregularidades no âmbito da Superintendência do Incra no Distrito Federal e Entorno. A autarquia já solicitou à Policia Federal cópia integral do inquérito. Tal ação será imprescindível, inclusive, no sentido de auxiliar nas apurações que estão sendo realizadas pelo próprio órgão”, diz a nota.