Os pacientes de Taguatinga que recorrerem a algum posto, clínica ou até mesmo ao hospital em busca de exames, voltarão para casa sem atendimento. A Secretaria de Saúde suspendeu o serviço devido à falta de reagente e à “necessidade de redução de despesas”. Servidores afirmam que o produto está em falta há quase dois meses. Somente nesta semana, 650 pessoas deixaram de ser atendidas, garantem fontes da pasta. A ordem circulou por meio do Memorando nº 65/2015, de 11 de novembro, que determina o reagendamento de todos os procedimentos para aproximadamente 50 dias.
O comunicado pede ainda que os centros de saúde não encaminhem pacientes para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), pois não haverá atendimento nesse período. A região possui 214.282 habitantes, segundo a Companhia de Planejamento (Codeplan).
O setor mais prejudicado é o Laboratório Regional. Com isso, exames simples, como de sangue e urina, por exemplo, estão suspensos. Os únicos pacientes que terão acesso ao serviço são gestantes e diabéticos. “Os exames já agendados serão atendidos normalmente somente até sexta-feira, 13 de novembro”, alerta o documento. A justificativa da pasta para a intervenção seria a falta de repasse para custear a área. O texto destaca a situação de urgência da medida, mas não prevê data para a normalização da assistência. “Tão logo o repasse de insumos seja regularizado, o fluxo de atendimento voltará ao normal”, finaliza o memorando.
O boletim é assinado pela gerente de Diagnose e Terapia, Renata Villanova, e pelo coordenador- geral de Saúde de Taguatinga, Benvindo Rocha Braga. Fontes da pasta garantem que a ordem partiu do gabinete do secretário de Saúde, Fábio Gondim, uma vez que não há possibilidade de restabelecer os estoques no momento. O texto destaca ainda que os insumos em falta são “materiais essenciais para a área-fim”.
A determinação contraria as recomendações do Conselho de Saúde à pasta. Para o presidente do órgão, Helvécio Ferreira, a medida é ilegal e causa a desestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse tipo de procedimento, que não passou pelo conselho, é inadmissível. Uma atitude desse porte é errônea para ambos os lados. Se o exame é básico para a confirmação das doenças, então, como a secretaria suspende o serviço?”, questiona Helvécio.
Em outras unidades de Saúde do DF a situação é a mesma.
Fonte: Correio Braziliense