Policiais protestam contra criação de Delegacia de Combate à Intolerância Religiosa

Publicado em: 20/01/2016

O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) informa que convocou todos os policiais civis do DF para participar nesta quinta, 21, das 9h às 11h, de uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti. Lá, o governador, Rodrigo Rollemberg, acompanhado por outras autoridades e políticos, vai assinar o decreto que cria, oficialmente, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra pessoa Idosa e de Intolerância.

Desde que foi anunciada, em dezembro passado, a criação desta nova delegacia foi questionada pelo sindicato. Não pela medida em si, considerada louvável, mas, sobretudo, porque é de conhecimento público que a Polícia Civil do Distrito Federal passa pela pior crise de recursos humanos de todos os tempos.

Não é razoável criar mais uma unidade para que ela seja apenas mais um prédio vazio. Muito menos enquanto outras delegacias enfrentam problemas estruturais seríssimos. Um exemplo é a 35º DP, de Sobradinho, cuja estrutura foi condenada pelo laudo de uma engenheira de Segurança do Trabalho contratada pelo sindicato

O mais espantoso é que a Direção Geral (DG) da PCDF, mesmo ciente do déficit no efetivo e dos problemas decorrentes dele – plantões de 24h nas circunscricionais com apenas três ou quatro policiais, sobrecarga de trabalho, adoecimento dos servidores e atendimento precário – apoie, declaradamente, tal atitude. Tanto é que por meio da intranet, a DG também convocou servidores do alto para escalão comparecer à solenidade. O evento está marcado para às 9h30.

“De que serve um prédio sem policiais? De que adianta um prédio só de fachada, com uma bela placa de inauguração em mármore ou granito? Uma placa, uma viatura e um prédio não resolvem crimes complexos. Não apuram fatos delituosos que repercutem na sociedade. Não garantem a preservação do patrimônio do cidadão e das empresas, desde o aparelho celular do estudante e do trabalhador, passando pelas fraudes milionárias no sistema bancário até as explosões em caixas eletrônicos que agora cessaram, após a atuação dos policiais civis do DF”, critica Rodrigo Franco, o Gaúcho, presidente do Sinpol-DF.

Para ele, “a preservação dos templos religiosos e o combate ao racismo no DF são questões urgentes e que já são investigadas pelas Delegacias existentes. Para isso, precisamos de mais policiais civis e não de prédios vazios”, acrescenta.

Sobre o Sinpol-DF – Fundado em 1988, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal representa agentes de polícia, médicos legistas, peritos criminais, escrivães, agentes policiais de custódia, papiloscopistas e delegados na defesa dos interesses de classe e no relacionamento com governos Distrital e Federal, e com a Câmara Legislativa do Distrito Federal e o Congresso Nacional. A atual diretoria assumiu em maio de 2014 e entre os principais pleitos estão: a valorização profissional, a reestruturação da carreira e o, recém adquirido, reconhecimento de todos os cargos que compõem a carreira de Polícia Civil como de nível superior.

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