Temer combina com Renan cortar dez ministérios e demitir funcionários

Publicado em: 10/05/2016

Temer combina com Renan cortar dez ministérios e demitir milhares de funcionários

A intenção do vice-presidente da República Michel Temer de reduzir o número de ministérios após um eventual afastamento da presidenta Dilma Rousseff foi confirmada hoje (10) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Após reunião com Temer na tarde de hoje, Renan disse que quer manter com Michel Temer “a mesma relação que tem com a presidenta Dilma, de absoluta independência”.

“Acho que não é o caso de o presidente do Congresso Nacional participar da formação de governo. Isso retira a independência do poder [Legislativo]”, afirmou o presidente do Senado, depois de reunião com Temer na residência oficial da Presidência do Senado.

No entanto, Renan admitiu que tratou com Temer de uma possível redução no número de ministérios e cargos comissionados no Poder Executivo e disse que apoia uma reforma do Estado. “Ele, na hipótese de assumir, está muito entusiasmado com essa reforma no Estado”, disse.

Jucá também confirma

O senador Romero Jucá (PMDB-RR)., que também que esteve com Temer esta tarde, também confirma a redução do números de ministérios e funcionários. “O vice apresentou a nova configuração com a redução de dez ministérios e funcionário. A proposta tem o apoio integral do Senado e do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Sempre lutamos para que a máquina pública fosse reduzida”, disse Jucá.

Segundo Jucá, Temer planeja fundir algumas pastas como a Secretaria Nacional de Portos e a Secretaria Nacional de Aviação Civil, ambas com status ministerial. Elas serão fundidas com o Ministério dos Transportes. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário será somado ao Ministério do Desenvolvimento Social. Já o Ministério das Comunicações será unido ao Ministério da Ciência e Tecnologia e por aí vai”, informou Jucá.

Caso o afastamento de Dilma se confirme, os detalhes sobre o ministério de Temer serão anunciados amanhã. De acordo com o senador, Temer está ouvindo aliados e diferentes forças políticas para avaliar o quadro e provavelmente definirá já nesta quinta-feira a nomeação dos novos ministros. “Se o Senado afirmar amanhã o afastamento, o vice poderá fazer convites e a partir daí montar sua equipe”, acrescentou.

Conforme Romero Jucá, somente após a nomeação é que Temer deverá anunciar algumas medidas de impacto econômico. “As medidas de impacto econômico virão no devido momento, depois da nomeação do ministro da Fazenda. Ele será nomeado com o vice-presidente da República que vai assumir interinamente. Aí poderão ser anunciadas algumas medidas.”

Apesar de evitar o detalhamento das medidas econômicas, Jucá afirmou que uma das primeiras medidas deverá ser discutir e encaminhar ao Congresso Nacional a revisão da meta fiscal, que precisa ser aprovada até o dia 22. “Isso vai precisar de um esforço do Congresso Nacional e do presidente Renan para fazer essa convocação. Tudo isso foi tratado na reunião de forma positiva”.

Ao comentar a proposta governista de mudar, no início do ano, a meta fiscal de superávit para um déficit de R$ 96 bilhões, Romero Jucá disse que o governo errou ao propor  “o que sabia que não teria condições de entregar”.

“Se não for definido até o dia 22, esse déficit implicará em uma série de paralisações do governo que não queremos. Portanto, é importante aprovar essa proposição. A partir daí vamos discutir para verificar se esse número é compatível e verdadeiro. Não estamos entrando no mérito do número, porque não dá para auditar de fora a equação que formou esse número”, destacou Jucá.

Para o senador, o novo governo não descarta propor outra alteração. “Em um novo governo, haverá uma nova avaliação e a partir daí, se for o caso, a partir de algum tempo uma nova proposição”, concluiu

 

Com informações da Agência Brasil

 

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