Um grupo de professores e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) se reuniu na manhã de hoje (10) no Instituto de Ciência Política para discutir o papel da universidade no cenário político atual. Para o grupo, o governo do presidente interino Michel Temer não é legítimo e as questões trazidas pelo governo representam retrocesso.
“Não apenas a UnB, mas as universidades têm se mobilizado e eu relaciono essas mobilizações ao próprio crescimento das universidades, a partir do Reuni [programa Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], que trouxe novos segmentos para a universidade, e a questão das cotas. Essa vinda de alunos de escolas públicas, de negros, esse novo perfil tem se movimentado”, disse a professora de jornalismo da Faculdade de Comunicação Márcia Marques.
De acordo com a professoria, um grupo está se mobilizando na universidade para criar o Observatório Social da Democracia e discutir os direitos no Estado Democrário. Participam das discussões do observátório professores e estudantes de grupos de pesquisa de áreas como ciência política, comunicação, sociologia e direito.
Escola sem partido
A chamada Escola sem partido, defendida por movimentos conservadores e apresentada ao ministro da Educação, Mendonça Filho, pelo movimento pró-impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff Revoltados On Line, foi criticada pelo grupo. Segundo eles, a não formação crítica desde a educação básica impacta diretamente na universidade.
O Escola sem partido pretende acabar com a doutrinação ideológica nas escolas, impedindo que professores expressem a opinião em torno de temas políticos. Também impede o debate em torno de questões de gênero. A proposta tornou-se projeto de lei.
No dia 2 de junho, a Faculdade de Educação da UnB divulgou nota se posicionando contra a proposta, apresentada no ano passado, na Câmara dos Deputados, Senado Federal, Câmara Legislativa do Distrito Federal e legislativos estaduais e municipais do Brasil.
“O projeto de lei que propõe criminalizar professores sensíveis aos temas dos direitos humanos representa uma grave ameaça ao livre exercício da docência e constitui um retrocesso na luta histórica de combate à cultura do ódio, à discriminação e ao preconceito contra mulheres, negros, indígenas, população LGBTT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], comunidades tradicionais e outros segmentos sociais vulneráveis”, acrescentou a nota.
Fora Temer
O debate fez parte de um série de mobilizações que ocorrem hoje (10) em pelo menos 24 estados contra o impeachment de Dilma e a posse do presidente interino Michel Temer. Estão previstos atos internacionais em 16 países.
As mobilizações são organizadas pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo realizadas sob os temas Fora Temer, Não ao golpe e Nenhum Direito a Menos.
Um grupo de professores e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) se reuniu na manhã de hoje (10) no Instituto de Ciência Política para discutir o papel da universidade no cenário político atual. Para o grupo, o governo do presidente interino Michel Temer não é legítimo e as questões trazidas pelo governo representam retrocesso.
“Não apenas a UnB, mas as universidades têm se mobilizado e eu relaciono essas mobilizações ao próprio crescimento das universidades, a partir do Reuni [programa Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], que trouxe novos segmentos para a universidade, e a questão das cotas. Essa vinda de alunos de escolas públicas, de negros, esse novo perfil tem se movimentado”, disse a professora de jornalismo da Faculdade de Comunicação Márcia Marques.
De acordo com a professoria, um grupo está se mobilizando na universidade para criar o Observatório Social da Democracia e discutir os direitos no Estado Democrário. Participam das discussões do observátório professores e estudantes de grupos de pesquisa de áreas como ciência política, comunicação, sociologia e direito.
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