Elas provocam mais óbitos que o HIV (vírus transmissor da Aids), atingem centenas de milhares de pessoas no Brasil, mas não adquiriram o mesmo nível de conscientização na sociedade do que outras doenças mais conhecidas e menos letais. São as hepatites virais que serão alvo de uma série de ações de saúde, promovidas, a partir desta quinta-feira (28), Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
A campanha conhecida como “Julho Amarelo”, promovida pela SES/DF, Sociedade Brasileira de Infectologia e a ONG Candangos da Paz, pretende realizar em torno de 4.000 testes para os tipos B e C da doença em vários locais do Distrito Federal.
As atividades, desenvolvidas por cerca de 30 profissionais de saúde incluem, além da realização dos testes rápidos, a divulgação de informações sobre a prevenção e tratamento das hepatites virais e, em caso de resultado positivo, o aconselhamento e encaminhamento para tratamento nos centros de referência da rede pública de saúde do DF. “A hepatite C tem tratamento rápido e eficaz, totalmente disponibilizado pelo SUS, com índice de cura em torno de 90%, alcançado em 12 semanas”, informa o médico infectologista da SES/DF e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia/DF, José David Urbaez.
Ele ressalta o caráter silencioso das hepatites virais que, por serem assintomáticas por muitos anos, uma vez não identificadas levam a quadros graves quando se manifestam, de difícil tratamento. “Quando o indivíduo descobre a doença com a eclosão dos sintomas pode ser tarde, por isso a importância da identificação precoce do vírus no organismo, em tempo de promover um tratamento bem-sucedido e prevenir futuros danos”, alerta.
No caso da hepatite B, 90% dos casos em adultos são transmitidos em relações sexuais. No entanto, mesmo que a vacina hoje esteja disponível na rede pública de saúde, David Urbaez relata uma certa displicência do principal público-alvo na prevenção da doença – o segmento integrado entre adolescentes e jovens adultos. “Como a vacina é administrada em 3 doses em datas diferentes, esse grupo acaba por negligenciar em relação à sequência das aplicações, tornando sem efeito o processo de imunização. Por isso, é importante que essas informações cheguem ao público e aumentem o nível de consciência sobre o problema”.
Sem tratamento, 85% dos portadores do vírus da hepatite C se tornam doentes crônicos. Já no caso da hepatite B, cerca de 95% dos infectados evoluem para a cura espontânea, “tendo ou não os sintomas da doença”, no entanto, os 5% restantes são atingidos por graves problemas de saúde, sem cura. “Nesses casos, como acontece com o HIV, o tratamento é feito exclusivamente para evitar a replicação do vírus no organismo pois, uma vez suspensa a medicação, ele se multiplica novamente, sendo sempre a prevenção o melhor caminho”, indica Urbaez.
De acordo com enquete nacional por amostragem, realizada em 2005, estima-se que 1% da população brasileira seja portadora do vírus da hepatite C. No Distrito Federal, com base nessa mesma perspectiva, seriam cerca de 25 a 30 mil pessoas, com menos de duas mil já identificadas. “É muito importante que a população e os próprios profissionais de saúde conheçam esses números e passem a solicitar os testes em exames de rotina, essa simples medida é capaz de evitar sérios danos à saúde em fases posteriores”, previne o infectologista.
QUADRO DAS HEPATITES – O Ministério da Saúde alerta que as hepatites podem ser causadas por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. A pessoa infectada pode apresentar cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Porém, a doença é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E. Os danos mais graves podem ser cirrose e câncer.
Confira abaixo quais são as formas de contágio:
– Fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E);
– Transmissão sanguínea: praticou sexo desprotegido, compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B,C e D);
– Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,C e D)
– Transmissão sanguínea: praticou sexo desprotegido, compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B,C e D);
– Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,C e D)
PROGRAMAÇÃO
Serviço ‘Julho Amarelo’ – BRASÍLIA – DF
• 27de julho
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Local: Feira dos Importados
Horário: 13 às 18 horas
• 28 de julho
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Horário: 8h às 13h.
Local: Planaltina do DF
• 29 e 30 de julho
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Horário: Das 10 às 18 horas
Local: Granja do Torto-Brasília – Moto Capital (2ª maior encontro de moto clubes da América Latina)
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Local: Feira dos Importados
Horário: 13 às 18 horas
• 28 de julho
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Horário: 8h às 13h.
Local: Planaltina do DF
• 29 e 30 de julho
Teste rápido para Hepatite B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais.
Horário: Das 10 às 18 horas
Local: Granja do Torto-Brasília – Moto Capital (2ª maior encontro de moto clubes da América Latina)