Professores e diretores de escolas públicas do DF cobraram do governo local a regularização do fornecimento da merenda escolar, com o fim de produtos enlatados, além da construção e reforma de cantinas. As reivindicações das diversas comunidades escolares foram defendidas na audiência pública da Câmara Legislativa, proposta pelo deputado Wasny de Roure (PT), membro da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC).
Ao abrir o debate, Wasny enfatizou a necessidade de o governo local garantir o cumprimento das metas previstas no atual Plano Distrital de Educação (PDE), criado pela Lei 5.499, de 2015. Conforme explicou o distrital, cabe ao DF “oferecer educação em tempo integral em no mínimo 60% das escolas públicas, de forma a atender pelo menos 3% dos estudantes da educação básica, por meio da ampliação de no mínimo 10% ao ano da matrícula de educação integral nas unidades escolares já ofertantes, até o último ano de vigência do Plano”.
O distrital petista ressaltou ainda que o Estado “deve fazer o máximo de esforço possível para ampliar, gradativamente, a universalização da educação integral. Ele também defendeu a necessidade de oferta de uma educação variada e multidisciplinar, “que não vise apenas o ingresso no mercado de trabalho, mas a formação integral do estudante”.
Um documento englobando as sugestões de professores e diretores de escolas para reforço e valorização do Projeto de Escola Integral em Tempo Integral (Proeid) foi apresentado pela diretora do Caic de Brazlândia, Ana Santiago, e entregue ao deputado Wasny de Roure. Este informou aos participantes da audiência pública que iria encaminhar o documento para o secretário de Educação, Júlio Gregório, a fim de estudar a adesão das propostas sugeridas pela comunidade escolar.
O presidente da CESC, deputado Reginaldo Veras (PDT), manifestou apoio às reivindicações dos estudantes e profissionais da educação integral. O distrital disse que não é apenas a falta de recursos responsável pelos problemas apontados. No caso da falta de construção de cantinas, ele disse que a responsabilidade é de má gestão do setor de engenharia, da Secretaria de Educação. O distrital citou que emendas com recursos aprovadas pela Câmara Legislativas deixaram de ser executadas, prejudicando as escolas.
Feijão – Crianças estudantes da Escola Classe 5 do Cruzeiro, portando latas como tambores, criticaram a qualidade dos alimentos “enlatados” ofertados naquela escola e defenderam melhorias no cardápio. Uma das professoras de Ceilândia reclamou que o estoque de alimentos em sua escola já estava chegando ao fim, embora as crianças das escolas integrais tenham que permanecer pelo menos 10 horas dentro das unidades de ensino.
Gestores da Secretaria de Educação justificaram que eles estão preocupados com a falta de alimentos para a merenda escolar, lembrando que o pregão para suprimento dos produtos fora suspenso pelo Tribunal de Contas do DF. A diretora de alimentação escolar, Kellen Pedrollo, comentou que a substituição de produtos enlatados enfrenta como dificuldades “questões de logística”, citando o exemplo da dificuldade de armazenamento do produto dentro dos reduzido espaço das escolas e os riscos de contaminação.