A advogada Ariadne Wojcik, 25 anos, que desapareceu na última quarta-feira (8) após escrever uma carta de despedida no Facebook, foi encontrada ontem (09) no Mirante da Chapada dos Guimarães (MT), e seu corpo foi resgatado pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Centro Integrado de Operações Aéreas de Cuiabá.
Ariadne escreveu e carta na rede social informando que estava sendo perseguida supostamente pelo professor voluntário da Universidade de Brasília (UnB) e procurador do Distrito Federal, Rafael Santos de Barros e Silva, e teria se deslocado de taxi até o Mirante, se jogando em seguida.
No Facebook, ela deixou uma mensagem de despedida aos amigos e familiares fazendo um relato do período em que trabalhou em um escritório em Brasília onde era vítima do seu superior em um escritório. Revela ainda que retornou a Mato Grosso na tentativa de livrar-se da perseguição, mas os traumas psicológicos em razão da situação vivenciada.
Em um dos trechos da postagem ela conta: “no decorrer desses longos anos eu pensei em uns cem números de “saídas”, mas fica difícil quando se é vítima de uma mente brilhantemente psicopática e narcisista determinada. Esse post tem dois intuitos, denunciar uma situação de abuso insustentável e alertar pessoas para a gravidade da situação. Em virtude de alguns problemas familiares sempre tive muitas inseguranças medos, além de vários problemas relacionados a minha estima própria”.
Ela finaliza a mensagem dizendo: “As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas por WhatsApp, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal (que eu levava para trabalhar no estágio). Aquilo me incomodou, mas eu não tinha certeza, podia ser muita coincidência, então comecei a fazer “testes” para verificar, eu estava sendo completamente monitorada. Dito e feito, ele sabia a hora que eu pisava em casa, sabia as expressões que eu só usava com meus melhores amigos nas conversas de WhatsApp, sabia onde eu morava, sabia que eu tinha adotado um cachorro, sabia tudo o que elr descobrir sem que eu dissesse. A minha vida era completamente monitorada, meu carro, meu celular, meu computador, minha casa!”
Leia na integra:
É com muito pesar que escrevo essa mensagem. No decorrer desse longo ano eu pensei em um cem números de “saídas”, mas fica difícil quando se é vítima de uma mente brilhantemente psicopática e narcisista determinada. Esse texto tem 2 intuitos, denunciar uma situação de abuso insustentável e alertar as pessoas para a gravidade desse tipo de situação. Em virtude de alguns problemas familiares sempre tive muitas inseguranças e medos, além de vários problemas relacionados a minha estima própria. Eu tentava “sair” disso por meio dos estudos, desde antes de ingressar na faculdade, a minha carreira passou a ser o meu “refúgio”, meu passaporte para me libertar de diversas situações incômodas. Nesse contexto, realizei diversos estágios em lugares que de despertavam afinidade, percebi que gostaria de fazer concurso público e resolvi dar uma pausa para estudar. Contudo, foi bem na época em que a Presidente Dilma anunciou o “congelamento” nos concursos públicos, entrei em desespero, nunca tinha advogado, estava perto de me formar, eu precisava aprender aquela profissão, seria minha saída. Mandei um e-mail para um de meus melhores professores da UnB, com quem fizera 1 ano de matérias optativas em Direito Tributário, eu tinha me saído bem, ele tinha escritório e há 2 meses havia anunciado por meio do Yuri Assen uma vaga de estágio. Rafael Santos de Barros e Silva, eu nunca poderia imaginar o que estaria por vir. Comecei no estágio novo super empolgada, eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim? Até que as coisas começaram a ficar esquisitas, vários presentes injustificados, mensagens por WhatsApp totalmente fora do contexto do trabalho (P.ex: “sou seu fã”, ou “você é demais”) e fora de hora, muitas, muitas, muitas, perguntas de cunho pessoal. Na época eu desconfiava, mas pensava: acho que não, ele é professor da UnB, me deu 1 ano de aula, é procurador do DF, tem um currículo e uma reputação impecável, é casado, ele não faria isso. O Fernando Couto, a Beatriz Souza e a Yarla Schmaedecke acompanharam tudo isso. A Beatriz, mais sába que eu, estava desesperada me dizendo pra sair do estágio, mas eu sempre levei a questão profissional muito a sério (era quase tudo o que eu tinha), e sair naquele momento não me parecia uma opção “adulta” e “responsável”, além do que eu precisava do dinheiro da bolsa. Até que passou a ficar muito claro que ele tinha interesses em mim em nada relacionados ao trabalho, mas ele era tão educado, gentil, solícito, atencioso que eu não conseguia pensar mal, acho que eu não queria ver. As coisas ficaram “sérias” quando ele me disse que estava se divorciando da esposa e que estava muito mal com tudo, olhava pra mim com olhar de pesar e pedia que eu entendesse, dizia que gostava muito de mim e me pedia paciência. Eu não vou entrar no mérito das mentiras relacionadas a vida conjugal dele, porque essa não é uma história de desilusão, é uma história de abuso. As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas por WhatsApp, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal (que eu levava para trabalhar no estágio). Aquilo me incomodou, mas eu não tinha certeza, podia ser muita coincidência, então comecei a fazer “testes” para verificar, eu estava sendo completamente monitorada. Dito e feito, ele sabia a hora que eu pisava em casa, sabia as expressões que eu só usava com meus melhores amigos nas conversas de WhatsApp, sabia onde eu morava, sabia que eu tinha adotado um cachorro, sabia tudo o que elr descobrir sem que eu dissesse. A minha vida era completamente monitorada, meu carro, meu celular, meu computador, minha casa! Isso por precaução, para se assegurar que a imagem impecável dele não fosse maculada, eu era um risco muito grande à integridade da imagem dele, enquanto isso às favas minha integridade emocional e psicológica. Quandoeu percebi onde tinha me metido… 6 meses depois, caiu minha ficha. Não “só” isso, mas muitas, muitas, muitas mentiras, coisas relacionada à licitude dos negócios feitos no escritório. Eu percebi que estava diante de uma mente extremamente brilhante, maquiavélica, calculista, psicopática. Foi nessa época que passei a ter medo de ficar sozinha em casa, ele sabia onde eu morava, e dava muitos sinais disso, eu passei a dificuldades para dormir, qualquer barulho noturno me assutava e me fazia sentir ameaçada. Eu achei que saindo do escritório as coisas iriam ficar bem, em algum momen, ele iria me deixar em paz, ele iria parar com as mensagens veladas, as perseguições sutis, o tipo de coisa para não deixar vestígios, uma mente analítica e experiente frente a uma pessoa sem prática não comete deslizes. Passei por isso tudo com o apoio de alguns poucos amigos. Eu não tinha coragem de me abrir, de procurar ajuda, a culpa, a vergonha, eu não poderia suportar o estigma. Eu só queria esquecer tudo e seguir minha vida. Até hoje eu não sei onde encontrei forças para terminar o semestre e escrever a monografia, eu vivi e vivo um pesadelo. Sai do escritório, termine a graduação em pânico, tinha medo e tenho medo dele, ele não é o tipo de pessoa que “só” persegue pessoas, ele é o tipo que não deixa rastros e se assegura com absoluta certeza de que sua imagem ficará intacta, para isso ele passa por cima de tudo e de todo, não importa o que. Tudo de forma absolutamente calculada, tal como um jogo de xadrez em que ele sempre ganha. Não estava me sentindo segura em Brasília, comecei a procurar emprego em Cuiabá, minha cidade de origem. Consegui, vim trabalhar do Tribunal de Justiça daqui, até coisas estranhas começarem a acontecer, novamente. Por exemplo, eu apresentar sintomas típicos de uma pessoa que foi “medicada” com remédio prescrito, aqueles medicamentos depressores do sistema nervoso central, sendo que eu não estou tomando nada. Ele já se utilizou dessa artimanha, em Brasília, para me fazer parecer desequilibrada, faz parte da campanha de difamação que os narcisistas promovem contra suas vítimas. Eu achava que aqui, em Cuiabá, no emprego novo, na vida nova, eu estaria a salvo da perseguição dele, mas ele nunca desiste, nunca. Eu estou exausta e não tenho mais forças para tentar me desvencilhar das artimanhas dessa mente doentiamente perversa e egocêntrica. Cheguei no fim da linha, não vejo mais saída porque ele é o tipo de pessoa que não desiste, e eu apresento algum grau de risco, “eu sei demais”. Eu tinha sonhos e planos, sempre fui romântica até demais, idealista, lutar por esses sonhos perdeu o sentido sabendo que tem um psicopata brilhante cuidando para que nada dê certo e para que tudo aparente ser fruto do acaso. Peço, por favor, façam alguma coisa, ele não vai se arrepender, ele não vai parar. Alguém faça alguma coisa! Pra mim é tarde… Que na próxima reencarnação eu possa fazer uso de todo aprendizado que tudo isso me trouxe, mesmo com tanta dor e sofrimento. Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe.