Vigorando desde a última segunda-feira (2), o reajuste das tarifas de ônibus e Metrô no Distrito Federal finalmente pode ser debatido pela sociedade nesta quinta-feira (5), na Câmara Legislativa.
Após ser indicado pelo presidente da casa , deputado Joe Valle (PDT), o Grupo Técnico de Trabalho coordenado pelo deputado Wasny de Roure (PT) convidou para o primeiro debate o secretário de mobilidade do GDF, Fábio Damasceno, que falou sobre os motivos que levaram o GDF a implantar este oneroso aumento à população.
O secretário defendeu o aumento realizado e mostrou aos parlamentares alguns custos do sistema. “O custo anual do sistema é de R$ 1,2 bilhão por ano”, justificou. O integrante do GDF também colocou a culpa do aumento nas fraudes das gratuidades, a exemplo do Passe Livre Estudantil.
Para o coordenador do grupo, Wasny de Roure, o Passe Livre é uma conquista que está mal regulada. “O que existe é que o GDF não apresentou projetos para melhorar o sistema”, criticou. O aumento no subsidio do governo também foi condenado pelo parlamentar. “O GDF tem que fazer o dever de casa. Um subsidio saltar em três anos, de R$ 130 milhões, para mais de R$ 640 milhões, é inadimissivel”, completou.
Wasny também questionou a responsabilidade da verificação dos custos após o secretário dizer que o GDF tem “100% de responsabilidade sobre a gestão do modelo de transporte”. Para o petista, o contrato original mostra que as concessionárias tem a responsabilidade de apresentar os custos.
Outro ponto abordado por Roure, foi o desrespeito do GDF frente a Procuradoria-Geral do DF. “O Governador tem um parecer definindo que a gratuidade deve observar o valor da tarifa do usuário e não a tarifa técnica. Será que o parecer não tem peso”, questionou.
Diálogo – É o que as organizações presentes desejavam ter com o GDF antes do aumento. O presidente da Associação Comercial do DF, Cleber Pires, lembrou que o aumento repentino além de onerar o cidadão, pode provocar demissões.
Representantes dos movimentos que vem realizando os protestos contra os reajustes também participaram da reunião. Integrantes do MPL (Movimento Passe Livre), repudiaram a postura violenta da Polícia Militar durante os protestos e pediram que o GDF seja transparente apresentando a planilha de custos das empresas. “Direito se amplia, não se restringe”, defendeu um dos integrantes do MPL.
Próximos passos – Após a reunião, Wasny de Roure condenou a falta de diálogo do GDF com a sociedade sobre o aumento e afirmou que apesar do pouco tempo, a casa fará o debate para que este aumento seja suspenso. “Nós iremos nos reunir e até o dia 12, data da sessão extraordinária, iremos apresentar uma proposta que seja interessante à sociedade”, finalizou, o distrital.
Uma próxima reunião do colegiado está marcada para a próxima quarta-feira (11), às 11h, na Câmara Legislativa. Na oportunidade, os parlamentares devem apresentar um relatório inicial para a votação da próxima quinta-feira (12).
Assessoria Wasny