Tão logo o governador Rodrigo Rollemberg deixou o plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (1º), os deputados distritais fizeram questão de comentar sua fala e criticar sua prestação de contas. Alguns com muita ironia.
“Não posso brigar com fatos. Faço um convite ao governador para dar uma saidinha até a Rodoviária ou a W3 para falar com o povo e ver a situação”, disse o deputado Raimundo Ribeiro (PPS), após classificar o governo como “medíocre”. O distrital destacou, em especial, um ponto do discurso de Rollemberg, quem disse haver criado mais de 200 vagas no presídio feminino. “O sistema prisional tem um déficit de 8 mil lugares no DF, os presídios estão superlotados, com o dobro de presos do que é recomendado “, afirmou.
Chico Vigilante (PT) foi além, elencando diversos avanços que, segundo ele, teriam sido iniciados ou produzidos durante o governo Agnelo, e não pelo governo atual. “As creches foram todas construídas pelo Agnelo; os 17 terminais também foram licitados no governo anterior”, apontou. O petista criticou também o argumento de “herança maldita”: “Estamos entrando no terceiro ano de governo, nunca vi herança tão longa”.
Esse argumento também foi criticado pela deputada Celina Leão (PPS): “É muito triste ouvir falar de ‘herança maldita’ no terceiro ano de mandato”. A distrital disse que, nos últimos anos, 17 mil empresas foram fechadas no DF e que gostaria de ter ouvido de Rollemberg o que será feito nos próximos anos. “Tenho respeito pelo governador, mas estamos num momento de reflexão: por que o isolamento político de quase todos os partidos da cidade? Se ele tiver humildade, boa vontade e respeito, dará conta de construir projetos junto com a Casa”, ponderou.
Com relação ao balanço da situação financeira “herdada” do governo anterior, o deputado Wasny de Roure (PT) questionou o cenário relatado pelo governo com a apresentação de diversos números. De acordo com ele, a receita tributária do DF subiu de R$ 12,6 bilhões em 2014 para R$ 13,1 bilhões em 2015 e, em 2016, ainda cresceu para R$ 14,3 bilhões – correspondendo a um incremento de cerca R$ 1,7 bilhão no período. “Num quadro de crise, não é um rendimento ruim”, argumentou. O distrital apresentou ainda incrementos nas receitas de contribuição e patrimonial do GDF e defendeu superávit para a quitação de dívidas anteriores.