Maduro acusa “governo golpista” do Brasil de acolher fugitivos

Publicado em: 22/08/2017

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (22) que pedirá à Interpol a captura da ex-procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, e de seu marido, o deputado chavista Germán Ferrer, que “fugiram” do país na sexta-feira passada. A informação é da agência EFE.

A Migração colombiana informou que Luisa Ortega, fugiu do país através de Aruba e dali se transferiu para Colômbia, partindo em seguida para o Brasil, mas ainda não se sabe se viajou junto com seu marido Germán Ferrer. Ela participará nesta quarta-feira (23) da 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul, em Brasília, a convite da Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil.

“Eu espero que estes delinquentes sejam entregues à justiça venezuelana para que se faça justiça em território e jurisdição da Venezuela”, disse Maduro, durante uma coletiva de imprensa com meios de comunicação nacionais e internacionais no Palácio de Miraflores.

O presidente venezuelano criticou que “o governo golpista do Brasil acolha estes foragidos da Justiça venezuelana, a ex-procuradora-geral e seu marido”, a quem acusou de ser “a chefe do cartel” do Ministério Público, em alusão às acusações que o oficialismo venezuelano fez contra Ferrer, a quem acusa de ter liderado uma suposta rede de extorsão.

“Eles os estão acolhendo, diz-me com quem andas e te direi quem és”, comentou, após apontar que a ex-procuradora-geral se uniu também à oligarquia colombiana e que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, “se converteu em protetor desta rede de extorsão”.

Maduro acrescentou que “seguramente” Ortega se transformará em “uma peça dos ataques do governo dos Estados Unidos” contra a Venezuela. “O que [ela] pode fazer contra nós, além de mentir?”, perguntou Maduro, que acusou a ex-procuradora e seu marido de terem se escondido atrás de uma “máscara chavista” enquanto chegavam a acordos com os EUA “para prejudicar a Venezuela”.

Luisa Ortega foi destituída do seu cargo no último dia 5 de agosto, em razão do que a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) denominou como “atos imorais”. Contra seu marido foi ditada uma ordem de captura depois dele ser acusado pela Constituinte e pelo novo procurador-geral, Tarek Saab, de ser parte de uma trama de extorsão que supostamente operava dentro do Ministério Público.

 

 

* Com informações da EFE e Agência Brasil

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