Na calada da noite “jaburiense” desta terça-feira (8), às 22 hs, no Palácio do Jaburu, aconteceu um encontro entre a futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente Michel Temer, que segundo a assessoria do presidente, tratou da posse dela em setembro, mas não somente.
Segundo informa o Blog da Andréa Sadi, o presidente fez a ela um relato dos motivos que o levaram a pedir a suspeição do atual procurador-geral, Rodrigo Janot. Além disso, e segundo as mesmas fontes, o presidente quer que a nova procuradora-geral da República tome posse no Palácio do Planalto, como gesto simbólico da reaproximação institucional do Executivo com o Ministério Público (sic).
Leia a seguir todo relato:
Posses de procuradores-gerais no Planalto não são incomuns. Janot e o antecessor, Roberto Gurgel, tomaram posse uma vez na Procuradoria e outra vez, no Planalto.
A ideia de que Raquel Dodge tome posse no Planalto teria como objetivo, porém, mostrar que houve, apesar dos processos em curso, mudanças no relacionamento das duas instituições – a Procuradoria e a Presidência – depois de meses de desavenças com Janot.
Essas fontes disseram que o encontro entre Raquel Dodge e Temer, fora da agenda e às 22h, revelado pelo blog, também teve o efeito de passar uma “mensagem” ao Congresso de que as pontes da classe política com o Ministério Público serão restabelecidas.
O encontro era para ser mantido em sigilo, mas a revelação teria tido esse efeito colateral positivo na avaliação de políticos próximos ao presidente.
Isso explica por que o carro parou à mostra de todos quando se sabe que, em época de crise, sempre há cinegrafistas e fotógrafos de plantão.
O mesmo já teria ocorrido no encontro de domingo de Temer com o ministro do Supremo Gilmar Mendes.
Apesar de tanto Temer quanto Gilmar Mendes afirmarem que o assunto foi reforma política, o registro do encontro, também fora da agenda e num dia pouco comum, acabou, na visão dos que são próximos a Temer, tendo um lado positivo: o de transmitir a imagem de que o presidente tem aliados no Supremo Tribunal Federal.
Em guerra com Janot, Temer espera que a nova procuradora não atue, nas palavras de um interlocutor do presidente, com “açodamento” à frente do MP.
O blog entrou em contato com Raquel Dodge para que ela se manifestasse sobre essas informações, mas não obteve resposta. (DO BLOG DA ANDRÉIA SADI)
Agora é com Gilmar
Depois de se reunir com Michel Temer fora da agenda oficial do presidente, a subprocuradora Raquel Dodge, indicada pelo próprio Temer para a sucessão do procurador-geral Rodrigo Janot, tem reunião nesta quarta-feira com o ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a agenda de Gilmar, a pauta é sobre “o crime organizado nas eleições”.
Do CP: Os “encontros” aparentemente republicanos do presidente com diversos interlocutores, alguns muito suspeitos, revelam a prática do presidente Michel Temer, que sem nenhum escrúpulo, mantém conversações fora da agenda oficial muito pouco éticas. Como foi o caso de Joesley Batista! Sobre a “alegação” de que o encontro foi para tratar da posse da Procuradora, não sabíamos que agora o senhor Michel Temer também é chefe do cerimonial.