O ex-vice-governador do Distrito Federal no governo Agnelo Queiroz, Tadeu Filippelli, foi citado no última delação do doleiro Lúcio Funaro como beneficiário de um esquema de propina envolvendo a companhia aérea Gol. O depoimento foi prestado à Procuradoria-Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo o doleiro, Filippelli recebeu propina de um dos donos da companhia aérea Gol em 2013, Henrique Constantino – filho do empresário Nenê Constantino, condenado a 16 anos de prisão por homicídio de um líder comunitário –, para reduzir o imposto cobrado sobre o combustível usado na aviação.
“Os negócios que tiveram pagamento de propina para Filippelli envolviam um esquema de pagamento de propina para a redução do ICMS da gasolina de aviação a pedido do Henrique Constantino”, disse
Em abril de 2013, quando Filippelli assumia a cadeira de vice-governador, o governo do DF reduziu a alíquota do ICMS sobre a querosene usada em aviões em mais da metade – de 25% para 12%. Segundo Funaro, a ação do então vice teve impacto “expressivo” no caixa das empresas aéreas, porque “o combustível é o segundo maior custo”.
Os favorecimentos também ocorreram no âmbito dos transportes terrestes. De acordo com a delação de Funaro, Filippelli também beneficiou a empresa de ônibus Via Piracicabana, que também pertence à família Constantino.
