Criada em 31 de março deste ano, a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, da Polícia Civil do Distrito Federal, registrou 211 ocorrências até outubro. Nascida com a missão de modernizar o combate ao crime, a unidade fica na sede da corporação, no Parque da Cidade. Diariamente pessoas sofrem ataques e constrangimentos na internet em todo o Brasil e todos tem punição para o causador.
Dezesseis servidores compõem a equipe. São 11 agentes, dois delegados e três escrivães. Capacitados para os crimes cibernéticos, eles atuam tanto diretamente com o público, por meio de registros feitos na delegacia, quanto com apoio a outras unidades.
Exemplo disso são os casos de pornografia infantil, em que as investigações ficam a cargo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, mas podem receber suporte dos policiais especializados em crimes cibernéticos na apuração em meio virtual.
Existem algumas definições acadêmicas para esses crimes, mas o delegado-chefe da unidade, Jean Carlos Zuliani, gosta de sintetizar. “São basicamente os crimes praticados em ambientes cibernéticos”, diz.
Os registros mais frequentes na delegacia são invasão de dispositivo informático alheio, crimes contra a honra — calúnia, difamação e injúria — e falsa identidade.
Crimes cibernéticos são divididos em próprios e impróprios do meio virtual
Crimes virtuais são divididos em dois tipos, de acordo com Zuliani. Os próprios do meio, ou seja, que só ocorrem no mundo virtual, e os impróprios, que também podem ocorrer no mundo real.
Exemplo de um crime próprio é a já citada invasão de dispositivo. Não dá para cometê-lo sem ser no meio virtual. Uma extorsão, por outro lado, pode ser feita no mundo real, assim como os crimes contra a honra.
A extorsão, aliás, é o tipo de crime que mais requer acompanhamento da equipe. Os policiais dão dicas para a vítima de como se comunicar com quem as extorque. A forma como isso é feito, porém, Zuliani prefere não dizer. “Pode atrapalhar investigações”, justifica.
Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos segue Marco Civil da Internet
Ter uma unidade destinada ao combate de crimes em meios virtuais é fruto do avanço da legislação. O Código Penal é de 1940, quando não havia nem sinal de computadores, celulares e smartphones.
A principal lei é o Marco Civil da internet, criado em 2014. É necessário fazer essa regulamentação valer, pois ela dita as regras da internet brasileira. Entre os princípios básicos, estão a liberdade de expressão, a proteção da privacidade e dos dados pessoais.
De acordo com o Diário Oficial os crimes mais comuns são, saiba quais são os crimes virtuais mais comuns:
Roubo de Identidade
Criar uma identidade falsa na internet é muito mais simples do que parece, principalmente com as redes sociais, onde a foto de muitas pessoas tem visibilidade pública. Um dos crimes virtuais mais comuns é roubo de identidade. Os criminosos de apoderam das informações de outras pessoas e fazem compras on-line e/ou transferências financeiras indevidas.
Pedofilia
A troca de fotos e informações de crianças e adolescentes relacionadas ao abuso sexual também é um crime que incita a pedofilia.
Calúnia e difamação
Na internet, todos estão suscetíveis a esse crime. Com os perfis falsos, muitos são vítimas de calúnia e difamação. Muitas vezes, a informação chega a um número grande de usuários e a proporção é quase irreversível e prejudicam a reputação da vítima.
Discriminação e Preconceito
Um dos crimes virtuais mais graves (e comuns) são aqueles que incitam o preconceito e discriminação. Seja em fóruns, redes sociais, chats e outros, de forma negativa sobre religião, etnias, raça, etc.
Ameaça
Fazer ameaças a uma pessoa via e-mail ou posts, por exemplo, alegando que ela será vítima de algum mal também é um crime virtual bastante recorrente.
Divulgação de Material Confidencial
Revelar fotos, segredos ou quaisquer materiais confidencial também é um crime virtual. Muitas celebridades, inclusive, sofreram com esse ato e tiveram fotos e informações íntimas expostas na rede.
Espionagem Industrial
Apesar dos avanços tecnológicos, as transferências de informações sigilosas de uma empresa para a concorrente ainda é bastante comum. O que acontece, na maioria das vezes, é as informações serem vazadas de um funcionário interno, já que com um simples memory card, por exemplo, milhares de informações podem ser transferidas.
Saiba o que fazer para se proteger dos crimes virtuais
Todo e qualquer crime virtual possui leis que os representam. Por isso, em casos de vítimas destes crimes, o ideal é procurar por uma delegacia especializada em Crimes Eletrônicos. Se essa modalidade não existe em sua região, a denúncia também pode ser feita em qualquer outra Delegacia.
Para se proteger, utilize sempre senhas seguras, restrinja o compartilhamento de fotos e dados sigilosos, em casos de compras on-line, prefira os sites mais confiáveis que possuam sigilo das informações. Além disso, não clique em e-mails de remetentes desconhecidos. Muitas vezes, basta um clique para que o criminosos acesse todas as suas informações pessoais.
Informações Agencia Brasília