De Lisboa.
Em meio a crise diplomática que se espalha pelo mundo, com vários países a expulsarem diplomatas russos de seus territórios, o governo português convoca o seu embaixador na Rússia para consultas, segundo anunciado ontem à noite pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
A decisão é tida como uma medida mais adequada para defender os interesses nacionais e expressar a posição de Portugal no plano internacional.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, em entrevista a RTP, considerou que “É uma forma muito clara de sinal ou, se quiser, de aviso.” A chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa, significa que durante um período, mais ou menos curto, mais ou menos longo, a presença do mais alto representante diplomático português num país deixa de existir.
A reeleição de Putin à presidência da Rússia não agradou a muitos e deveria ser observada no contexto da situação. A crise é delicada, tanto a Rússia quanto os demais países envolvidos, congregam interesses e relações econômicas em escala mundial.
Histórico
Em 04 de março, o ex-espião russo Serguei Skripal é envenenado com uso de gás neurotóxico, na cidade inglesa de Salisbury.
Dez dias depois, o Reino Unido anuncia a expulsão de vinte e três diplomatas russos do seu território e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento.
Em resposta a decisão britânica, o governo da Rússia responde expulsando vinte e três diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council no país.
A crise diplomática cresce e se estende a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.