Policiais civis fortemente armados surpreenderam a comunidade acadêmica da USP na manhã desta quinta-feira (28) ao entrarem em salas de aula da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) para prender um aluno, alvo de busca em operação contra pornografia infantil.
A pergunta da Instituição é? “Por que o aluno não foi preso na sua residência, como seria típico de um flagrante? Para quê interromper aulas com armas à vista na Universidade? Para quê mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?”.
Desencadeada em 26 estados e no Distrito Federal, a ação partiu de uma investigação do Ministério da Justiça, segundo o ministro Sérgio Moro. “Não foi um trabalho exclusivo do Ministério da Justiça, isso foi feito em parceria com policias estaduais, mas o trabalho foi coordenado a partir daqui. Pesquisas, investigações via cibernéticas foram feitas concentradas aqui no Ministério da Justiça. Esse material foi disseminado para os órgãos de investigação estaduais que propiciou a realizar essa operação”, disse, em entrevista coletiva, divulgada no Portal G1.
Em nota, a diretoria da FFLCH reiterou seu apoio no combate a crimes potencialmente graves, destacando, inclusive, a tradição de estudos e ações nesse sentido, mas repudia a desproporcionalidade entre os fins e os meios do procedimento policial.
“Sem entrar no mérito das acusações, que a Justiça irá julgar, resguardados os direitos também do acusado, de acordo com os preceitos do Estado democrático (…)Por que o aluno não foi preso na sua residência, como seria típico de um flagrante? Para quê interromper aulas com armas à vista na Universidade? Para quê mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?”, questiona o texto.
A diretoria da faculdade acionou a procuradoria da USP, buscando esclarecer o episódio.
“Não vamos aceitar calados que a imagem da FFLCH-USP e a autonomia desta instituição sejam violados por ações injustificáveis. O mais do que necessário combate à criminalidade não pode justificar a agressão às instituições universitárias”, diz trecho da nota.
Leia a íntegra da reportagem.
Do 247 e G1