A possibilidade de o governo contratar uma única empresa para fornecer merenda às quase 700 escolas públicas do Distrito Federal foi rechaçada por diversos deputados distritais durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa semana passada. Na avaliação dos parlamentares, a medida, além de causar sérios problemas aos agricultores familiares – que atualmente fornecem os alimentos –, pode diminuiu a qualidade do que é oferecido e desempregar as merendeiras.
O assunto foi posto em debate pelo deputado Iolando (PSC) que criticou o procedimento e foi seguido por vários colegas. Roosevelt Vilela (PSB), por exemplo, acrescentou que uma justificativa da medida seria a melhoria da alimentação e a queda no preço do contrato. Argumento que ele próprio pôs em dúvida: “Como baixar o valor, colocando um intermediário”, indagou.
A aquisição, hoje, ocorre de forma direta, em acordo com a legislação que prevê a compra de produtores locais. Para debater o assunto, o GDF está chamando para audiência pública no próximo dia 6 de março. Por sua vez, o deputado Chico Vigilante (PT) propôs uma discussão, na CLDF, no dia 12 de março. “50 mil pessoas estão envolvidas no processo”, destacou, sugerindo que a Câmara Legislativa aprove uma moção solicitando ao governador que não deixe a ideia prosperar.
O deputado Leandro Grass (Rede) também se disse preocupado com a mudança de rota na alimentação escolar. “Coisas estranhas estão acontecendo na Secretaria de Educação e isso pode ser resultado de incompetência ou má-fé”, afirmou.