O presidente Jair Bolsonaro respondeu neste domingo, 24, à possibilidade de o ministro da Economia Paulo Guedes deixar o governo e rebateu, dias após uma debandada de importantes técnicos da equipe econômica, a hipótese de seu auxiliar também sair antecipadamente do Executivo. “A gente vai sair junto”, disse ele ao lado do personagem que, na campanha ao Palácio do Planalto, havia sido apelidado pelo ex-capitão como “Posto Ipiranga”.
Bolsonaro fez um aceno a Guedes e elogiou a atuação do chefe da pasta da Economia por conduzir o país durante a crise provocada pela pandemia e por defender as reformas administrativa e do Imposto de Renda, mas não mencionou a saída em massa de auxiliares do ministro, como o secretário de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo. “Ele [Guedes] é a pessoa adequada para conduzir os destinos da nossa economia. E deixo bem claro: Paulo Guedes eu conheci praticamente um ano antes das eleições, é uma pessoa em que deposito total confiança, foi excepcional o trabalho dele em 2019, melhor ainda em 2020. Nós faremos de tudo para não perder a confiança do mercado, do investidor e do cidadão de maneira geral”, disse.
“Todo mundo trabalhou muito no ano passado para o Brasil sofrer o menos possível. Todo mundo esperava que a gente ia cair 10%, caímos 4%, um dos países que menos caiu. Isso se deve ao Paulo Guedes, à sua competência e à sua liberdade para trabalhar, mas sabemos agora que o preço do ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’ chegou”, completou o presidente.
Ao lado de Paulo Guedes no momento de maior desgaste do auxiliar, que agora defende a flexibilização do teto de gastos para bancar R$ 400 do novo Auxílio Brasil, Bolsonaro também comentou a situação econômica, a forte alta do dólar nos últimos dias e os constantes reajustes no preço do combustível e descartou a possibilidade de intervenção na Petrobras para conter a sucessão de aumentos da gasolina e do diesel. “Eu não tenho poderes de interferir na Petrobras. Eu tenho conversado com o Paulo Guedes, o que fazer com ela, o que propor fazer com ela para o futuro. É um monopólio, a legislação deixa ela praticamente independente. Eu indico lá o presidente. Nada mais além disso. Alguns querem que a gente interfira no preço. A gente não vai interferir no preço de nada, que isso já foi feito no passado e não deu certo”, declarou ele, que voltou a falar em conceder R$ 400 de auxílio a caminhoneiros, categoria que paralisou parte de suas atividades em alguns estados em protesto contra a alta dos combustíveis.
“Aqueles que acham que derrubar o governo é o suficiente apresentwm a solução agora. Se for boa, o Paulo Guedes acolhe a sugestão agora. Não são soluções simplistas, tem que ser coisa séria”, disse ele, rejeitando as críticas de que o Auxílio Brasil e o socorro aos caminhoneiros têm como pano de fundo a necessidade de retomar a popularidade perdida para ser competitivo no projeto de reeleição. “Não estamos aqui lutando por questão em 2022. Nem partido eu tenho ainda”, afirmou.