Com o fim do embargo à carne bovina brasileira pela China, a expectativa do setor era retomar as exportações o mais rápido possível. Mas o país asiático estipulou que o CSI (Certificado Sanitário Internacional) dos produtos precisa datar a partir desta 4ª feira (15.dez.2021), segundo afirmou a Abrafrigo .
A associação afirma que cerca de 100 mil toneladas do produto que estavam estocadas ficam sem destino. A estimativa de estoque é da Consultoria Safras & Mercado.
O embargo chinês caiu nesta 4ª feira (15.dez) e, teoricamente, os envios poderiam voltar a acontecer na mesma data. Mas agora será preciso recomeçar o processo, com o boi no pasto, que será abatido e a carne processada.
A escolha por estocar foi para preservar os volumes que deveriam ser entregues à China, por contratos que já tinham sido fechados antes do embargo, que começou em 4 de setembro.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou a suspensão das exportações por causa de casos atípicos de EBB (Encefalopatia Espongiforme Bovina) —conhecida como o “mal da vaca louca”.
Uma avaliação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), realizada em setembro, concluiu que os casos de “mal da vaca louca” no Brasil não representam riscos para a saúde animal e humana.
A China é a principal compradora da carne bovina brasileira. Na época, a expectativa do governo brasileiro era ter retomado o embarque de carne bovina em 15 dias. Mas o embargo durou 3 meses e 10 dias.
Uma das possibilidades para o direcionamento das 100 mil toneladas estocadas é a venda no mercado interno. A decisão, no entanto, depende de cada empresa, segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos).
O direcionamento para o mercado interno pode aumentar a oferta da carne bovina para a população brasileira. Atualmente, segundo pesquisa da Bare Internacional, 67% dos brasileiros não compram carne de boi por causa do alto preço.
Poder360