Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram uma nova técnica de rejuvenescimento das células da pele. O estudo conseguiu rejuvenescer em 30 anos a pele de uma mulher de 53. A descoberta foi publicada na última sexta-feira (8/4), na revista científica eLife.
O grupo de pesquisa do programa de Epigenética do Instituto Babraham, com cientistas britânicos, alemães e portugueses, afirma ter identificado os genes específicos que rejuvenescem sem ter que reprogramar a célula.
O método, chamado de “reprogramação transitória da fase de maturação”, é baseado na técnica usada para criar a ovelha Dolly na década de 1990. O clone rendeu um Prêmio Nobel aos pesquisadores do Instituto Roslin, que também fica no Reino Unido.
Os cientistas do novo estudo acreditam que a técnica poderá ser usada no futuro com o intuito de criar células melhoradas para a cicatrização de feridas e dar mais qualidade de vida aos idosos, com terapias voltadas para os genes ligados ao Alzheimer, por exemplo.
“Esta pesquisa, embora em estágios iniciais, pode eventualmente ter implicações para a medicina regenerativa, especialmente se puder ser replicada em outros tipos de células”, escreveram os autores do estudo.
Pele sem sinais de envelhecimento
Em 2007, Shinya Yamanaka foi o primeiro cientista a transformar células normais em células-tronco, que têm a capacidade de se desenvolver em qualquer tipo de célula.
O processo completo de reprogramação de células-tronco leva cerca de 50 dias usando quatro moléculas-chave chamadas fatores Yamanaka. O novo método expõe as células aos fatores Yamanaka em apenas 13 dias.
análise do genoma mostrou que as células recuperaram marcadores característicos das células da pele, os fibroblastos. Ou seja, elas perderam os marcadores do envelhecimento, mas mantiveram sua função, como a produção de colágeno. A célula da mulher de 53 anos tinha o aspecto e funcionamento semelhantes à de uma pessoa de 23 anos.
“Nossa compreensão do envelhecimento em nível molecular progrediu na última década, dando origem a técnicas que permitem aos pesquisadores medir alterações biológicas relacionadas com a idade nas células humanas. Conseguimos aplicar isso ao nosso experimento para determinar a extensão da reprogramação alcançada pelo nosso novo método”, disse o doutor Diljeet Gill, um dos autores do estudo.
Fonte: Metrópoles