“Não aceito enquadramento”, avisa Cláudio Abrantes

Publicado em: 10/11/2011

O deputado distrital Cláudio Abrantes indignado com as declarações atribuídas ao presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício, publicadas na edição desta terça-feira (8) pelo Jornal Alô Brasília, reagiu de forma contundente em pronunciamento na sessão plenária. “Não aceito enquadramento, é muito difícil ouvir que está ocorrendo, ainda que veladamente, essa postura contra nós”, frisou o parlamentar.

Segundo a reportagem do Alô Brasília, Patrício declarou que os distritais Dr Michel, Wellington e Cláudio Abrantes podem sofrer retaliações, por meio do diário oficial, em razão de estarem esvaziando o quórum das sessões da Câmara Legislativa. Os três deputados têm se negado a votar projetos em solidariedade à paralisação dos policiais civis do DF.

No entender de Abrantes, nas entrelinhas, o comentário de Patrício pode significar que pessoas ligadas a ele que foram nomeadas no GDF serão demitidas como represália. “Eu fiz uma greve enquanto policial civil quando estava há apenas três meses na corporação”, disse para demonstrar que não é de se intimidar com ameaças.

Abrantes argumentou que a “pior coisa para um parlamentar é perder a credibilidade”. Ele mencionou que um dia antes da matéria ser publicada, participou de uma longa rodada de negociação na sede da OAB-DF, a fim de encontrar uma solução para a greve da Policia Civil. Em outras palavras, procurou demonstrar que não é um “grevista” conforme Patrício o classifica na reportagem, mas uma pessoa que tem se empenhado para resolver o impasse com a categoria dos policiais civis.

O deputado fechou o discurso reafirmando que enquanto não houver uma saída para a greve só votará na Câmara Legislativa o que for de interesse da sociedade. “Por enquanto, quando houver algum projeto do interesse do governo, vou me retirar do plenário, até que se resolva a situação da Polícia Civil”, afirmou.

 

 

Abaixo o trecho da entrevista que provocou polêmica

 

(Alô Brasília) O governador afirmou na última sexta-feira que sua base é “superconsolidada”. Mas três estão em “greve” e outros saem do plenário quando os projetos começam a ser lidos. Na verdade não são 19 na base. São 11. Ou não?


(Patrício) Você tem alguma dúvida que os “grevistas” vão voltar a votar? É porque ainda não foi tomada nenhuma atitude prática da liderança do governo. A liderança tem que colocar no colégio de líderes o que é pra votar. Quem não votar como a base do governo é o quê? Não é base. Com grevista faz o quê?

(Alô Brasília) Corta o ponto?
(Cláudio Abrantes) Todas as vezes que eu os chamei para votar, eles votaram. Se não votar, é só ver o Diário Oficial no dia seguinte. É assim que funciona. O governo local não pode dar reajuste, você acha que o governador vai insistir em uma posição contra a presidente Dilma?

(Alô Brasília) Mas e o compromisso que a secretaria de Administração assinou com as categorias da Polícia Civil? Se não iam cumprir, era melhor não ter prometido nada.

(Patrício) Eles assinaram o compromisso porque era a única maneira de acabar com a greve em abril. Eu estava na reunião. Prometeram que iriam encaminhar [as demandas], mas não é certeza ou compromisso de ter reajuste. Temos hoje Polícia Civil, Federal e Bombeiro no Brasil inteiro querendo aumento. É preciso ver o tamanho da crise.

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