A importância do papel da cultura negra, o combate ao preconceito, educação inclusiva e a implementação de políticas públicas para a população negra, foram temas discutidos durante Sessão Solene em Homenagem ao Dia da Consciência Negra realizada na manhã de segunda-feira (21) na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
A homenagem foi uma iniciativa dos distritais Rejane Pitanga e Cláudio Abrantes que juntos avaliam a necessidade de refletir sobre a importância da cultura e do papel do povo negro na formação cultural e econômica do país.
Pitanga apresentou dados do IBGE que revelam o aumento da população negra no Brasil. Em 2010, 53% da população se identificava como negros. O número mais que dobrou na população jovem. “Esse aumento da população negra não é fruto apenas de um aumento na taxa de natalidade de pessoas negras. Acontece que a população brasileira vem demonstrando mudança na sua forma de autodeclaração de pertencimento a um grupo de cor e raça, o que sinaliza que os padrões populacionais vêm se alterando nos últimos anos”, afirmou.
Ela acredita que tal mudança de comportamento é resultado da luta e mobilização de entidades sociais, especialmente de entidades negras que desenvolvem ações no sentido de valorizar a identidade racial no país.
O distrital Cláudio Abrantes afirmou que é preciso lutar contra o preconceito e pela igualdade racial. “O Brasil caminha a passos largos para se tornar a 5ª economia do mundo e ainda possui restrições para a igualdade racial”, disse.
Educação em foco
Para alguns representes o combate ao preconceito racial deve começar dentro das escolas. É o que afirma o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos do Negro no DF, Ivair Augusto Alves dos Santos. “É através da educação que vamos colocar os orixás em seu devido lugar. Só haverá mudanças quando houver uma lei que obriga as escolas a ensinarem a história africana”, afirmou.
Para a secretária especial da Igualdade Racial do DF, Josefina do Santos, a inserção dos negros no mercado de trabalho não está relacionada à qualificação profissional e sim à cor da pele. “Grande parte dos negros são qualificados. Somos discriminados mais por nossa cor, é uma questão de racismo institucional. Brasília não vai se desenvolver se não houver desenvolvimento social e racial”, avaliou.