O apresentador da segunda edição do DFTV da afiliada brasiliense da Rede Globo, Antônio de Castro encerrou o jornal desta quarta (30) com uma declaração no mínimo preconceituosa, pra não dizer higienista. Ao comentar o aumento de moradores de rua que vivem na via L3 Norte, próximo à UNB, o jornalista disse que as famílias que ali vivem espalharam móveis pelo terreno e generalizou afirmando que todos fazem uso de álcool e causam confusão e que precisavam ser retirados do local.
De acordo com o último levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), 2.365 pessoas vivem em situação de rua na capital do país. Entre eles, 38,2% estão no Plano Piloto. A Asa Norte concentra 38,3%.
Um aviso a quem prega e apóia as políticas higienistas: em outubro último, numa entrevista ao Correio Braziliense, a secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Arlete Sampaio descartou a adoção de uma política pública que tenha como objetivo retirar das ruas mendigos e invasores de áreas públicas. “Nosso trabalho não é fazer higienização social. Essas pessoas têm dramas próprios e estão nas ruas, principalmente, porque estão desempregadas ou por desavenças familiares”, disse Arlete ao Correio.
Dados da Sedest –
» 76,4% — porcentagem de homens nas ruas
» 81% — têm mais de 18 anos
» 13,6% — adultos que declararam fazer uso contínuo de drogas
» 79,5% — passam a noite em locais públicos
» 68,9% — nasceram em outros estados do país
» 41,3% — cursaram até a 4ª série do ensino fundamental
Onde vivem
Plano Piloto — 38,2%, dos quais:
» 37,3% — Região central
» 38,3% — Asa Norte
» 24,4% — Asa Sul
Taguatinga — 19,9%
Ceilândia — 9,7%
Núcleo Bandeirante — 2,1%