As férias de Dilma Roussef (PT) já terminaram e um dos próximos passos do Governo Federal deverá ser a primeira reforma ministerial do mandato da presidente. Considerando que o primeiro ano de governo teve a troca de sete ministros, seis deles por envolvimento em escândalos e denúncias, o meio político aguarda o fim da incógnita dessa primeira “reengenharia”.
Conversas de café da manhã – Em dezembro, a presidente tomou um café da manhã com jornalistas para fazer uma avaliação do primeiro ano de mandato e para falar das perspectivas para 2012. À época, Dilma avisou aos partidos da base aliada de que terá tolerância zero com casos de corrupção e que não vai permitir a ingerência das legendas na recomposição dos ministérios e destacou a importância do diálogo com a oposição.
Ela afirmou ainda que é contrária à pratica de “caça às bruxas”, se reportando aos problemas com o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, mas deixando o recado sobre os vários casos de denúncias em diversos ministérios. “Uma coisa é governabilidade, que os partidos participem e indiquem nomes. Mas, uma vez que o nome foi indicado, ele presta contas ao governo e a mais ninguém”, afirmou de maneira enfática na ocasião.
Dilma garantiu que não pretende fazer mudanças amplas, muito menos extinguir pastas e em resposta às especulações de que fundiria as que são ligadas aos Direitos Humanos, como a própria Secretaria dos Direitos Humanos, a de Políticas para Mulheres e da Igualdade Racial, afirmou que não vai modificar as estruturas dessas pastas.
As fatias do bolo – Ainda não se sabe exatamente qual o recheio do bolo que vai ser dividido entre os 14 partidos aliados, mas a presidente também já afirmou que vai fazer mudanças pontuais. As últimas chuvas inclusive podem ser a cobertura do bolo, já que ainda hoje (09) cinco pastas se reuniram para resolver os problemas causados em diversas cidades do país.
Publicamente, as legendas demonstram camaradagem, mas reza a lenda que nos bastidores, não se poupam da troca de “coices”, como diria o falecido Antônio Carlos Magalhães. Exemplo disso são as lamentações do PMDB, que se diz satisfeito no discurso oficial, mas vive no muro das lamentações reclamando que o partido é mais forte que a representação da legenda na Esplanada. Ou seja: reclamam mais pedaços, além dos quatro ministérios e uma secretaria vinculada à Presidência que já abocanham.
Já o PP e o PR se irmanam para dividir algumas frações. O PT não tem comentado nada, talvez porque detenha a maior fatia e diz o ditado popular que “quem come quieto, come mais”.
Uma pergunta que tem intrigado na redação do Câmara em Pauta é: ao se aprofundar na reforma a presidente Dilma correria o risco de continuar boiando no Fedeapá (Festival de Denúncia que Assola o País). Vamos aguardar que a tal reforma seja de Fina Estampa.