“Está tudo sob controle. Voltem para suas cabines”. Esta frase foi dita por um integrante da tripulação para os passageiros do navio de cruzeiros Costa Concordia e foi divulgada em um vídeo amador, transmitido pela TV italiana RAINews24 . No vídeo, uma voz feminina diz ainda que “os problemas tinham sido resolvidos”. Meia hora depois, vem a ordem para abandonar o navio.
Hoje a equipe de buscas encontrou um corpo dentro do navio. Os mergulhadores descobriram o cadáver de uma mulher, somando 12 mortes confirmadas até agora. O corpo vai passar por exame de DNA para possibilitar a identificação. Ainda não foram encontradas 20 pessoas. As buscas estiveram interrompidas ontem (20) por causa do mau tempo e foram retomadas, na manhã deste sábado (21).
Nesta sexta, familiares de desaparecidos participaram de um ato religioso na ilha de Giglio e visitaram o local do naufrágio e jogaram flores no mar, em memória das vítimas.
Catástrofe ecológica – A grande preocupação das autoridades italianas é tentar evitar uma catástrofe ecológica, já que os depósitos do navio têm 2800 toneladas de combustível que podem, a qualquer momento, derramar-se no mar.
Para complicar o trabalho das equipes, o barco não está estabilizado. A popa e a proa estão apoiadas sob dois rochedos e o corpo do navio está suspenso e há grande risco de que afunde com o movimento das correntes.
O governo italiano já decretou o estado de catástrofe natural para a zona atingida pelo naufrágio, tornando as operações relacionadas com o acidente como de interesse nacional, requerendo participação das instituições nacionais.
A tragédia – O naufrágio do Costa Concordia aconteceu próximo à ilha italiana de Giglio, no Mar Tirreno no último dia 13, levando mais de 4,2 mil passageiros e até agora, mais de 20 pessoas ainda estão desaparecidas. Havia 53 brasileiros a bordo.
Na última terça (19), o comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino depôs no tribunal de Grosseta e negou ter abandonado o navio, afirmando ainda que salvou milhares de vidas teve sua situação complicada pela divulgação da gravação de sua conversa com a Guarda Costeira que comprovava que ele mentia e tinha deixado a embarcação, antes de retirar todos os passageiros do navio.
A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio, acusou Schettino de fazer uma rota não autorizada, levando o navio para mais próximo da costa do que deveria. Ele queria aproximar-se da ilha Giglio, onde nasceu o chefe da tripulação, para fazer um agrado e saudar os habitantes com mais entusiasmo.
Com informações do Corriere Dela Serra e Euro News. Imagem, reprodução de internet.