Preso em protesto contra Temer, fotografo foi preso pela polícia de Geraldo Alckmin

Publicado em: 12/09/2016

Permanece preso um dos três manifestantes detidos ontem (11) durante ato contra o presidente Michel Temer na capital paulista, pela polícia de Geraldo Alckmin. Ele é fotógrafo, tem 41 anos e foi indiciado por dano, resistência e lesão corporal pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP). O manifestante deverá passar ainda hoje (12) por uma audiência de custódia, quando um juiz vai verificar a legalidade da prisão.

Dois estudantes, um de 17 e outro de 25 anos, que também foram detidos no protesto, foram liberados ontem após assinarem um termo circunstanciado. De acordo com a SSP, eles foram presos durante um princípio de tumulto, quando “manifestantes começaram a arremessar objetos contra os policiais”.

A secretaria afirma que eles portavam armas brancas e drogas. As imagens divulgadas ontem pela Polícia Militar sobre as detenções mostravam, como objetos apreendidos nas prisões, máscaras, bolas de gude, uma faca de mesa, um soco inglês e um triturador de fumo.

Organizada pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular, mas com adesão de diversos grupos, a manifestação saiu da Avenida Paulista, às 17h30, e seguiu em passeata até o Parque do Ibirapuera, onde chegou às 19h30. Entre os participantes, estava o prefeito Fernando Haddad (PT).

Houve um início de tumulto durante a detenção, com correria entre participantes da manifestação. O ex-senador petista Eduardo Suplicy, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) se aproximaram para mediar o conflito. Com a intervenção dos parlamentares, a situação logo voltou ao normal.

Representação à OEA

O senador Lindbergh Farias disse que há uma representação já pronta para ser entregue à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre a atuação policial nas manifestações.

Segundo o senador, a representação tem dados das últimas manifestações e a intenção é que a Corte se posicione sobre a questão. Lindbergh falou sobre um caso divulgado pela imprensa, em que um militar do Exército estaria infiltrado e disfarçado entre manifestantes, no dia em que mais de 20 pessoas foram detidas no Centro Cultural São Paulo sem que nenhum crime tivesse sido cometido.

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