O poeta João Roberto Costa Júnior, o Joãozinho da Vila Planalto, morreu ontem (3/7). Segundo familiares, o artista sofreu um acidente de moto por volta das 18h, na altura da 402 Norte.
“Onde havia folia, lá estava o João”, assim definiu Erbene Costa, viúva do agitador cultural. Joãozinho mudou-se para Brasília em 1960, ano de inauguração da capital federal. Aos 16 anos, estreou no teatro com a peça O último rang de Jota Pingo, que teve participação especial da banda Aborto Elétrico.
O legado do artista está distribuído também na música. João criou o Bloco Violões da Vila. Ao lado do amigo Yuli Hostensky, o grupo ensaiava todas as manhãs de sábado debaixo de uma mangueira na Vila Planalto.
Além do teatro e da música, o artista também era escritor. O primeiro livro publicado foi em 2005, ano em que se mudou para a Vila. 50 anos de obra em apenas um volume reúne 50 poesias do autor e fez o artista ser figura constante nos saraus de escolas públicas do DF. Lançado em 2014,Meu masculino é feminino é coletânea marcante de poesias do artista.
O velório ocorrerá nesta quinta-feira (5/7), no Cemitério Campo da Boa Esperança. O horário ainda não foi divulgado. (do Correio Braziliense)
Poemas de João da Vila
Meu coração
Para usá-lo
agite-o bastante:
depois use-o sem
moderação…
JoãoZinho da Vila, do livro Meu masculino é feminino.
Feminino
Eu quero ser o feminino
que nunca fui,
eu quero ser o feminino
que sempre existiu em mim,
eu quero ser o feminino
que penetrou o meu
útero imaginário.
(assim como feminino
poeta Reynaldo Jardim),
desejar ter outro feminino.
Ficarei vulgarmente
conhecido
como
sapatão.
JoãoZinho da Vila, do livro Meu masculino é feminino.