Os dois adolescentes que morreram durante ataque com arma de fogo em uma escola particular de Goiânia foram sepultados no fim da manhã de hoje (21) em cemitérios da cidade.
O ataque ocorreu na manhã dessa sexta-feira (20), quando um estudante da mesma turma, que era alvo de bullying por parte de um colega, usou a pistola da mãe, policial militar, para matar os outros adolescentes. O autor do ataque foi apreendido em flagrante.
O pai de um dos adolescentes mortos conversou rapidamente com a imprensa. Leonardo Calembo disse que a família está consternada e criticou o que chamou de perda de valores na sociedade.
“O que tem faltado hoje nas famílias é o ensino do amor ao próximo, que a família e a vida do próximo são importantes. Quero deixar bem claro que meu filho era cristão, obreiro da igreja. Meu filho não foi pivô de nada, não foi o único alvo”, afirmou Calembo. O filho dele foi acusado de praticar bullyingcontra o jovem autor do ataque.
Durante o velório de João Pedro, o pai dele, o publicitário Luciano Marcatti Calembo disse que perdoa, e espera que a sociedade também perdoe o adolescente que tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João Vitor. O publicitário Luciano Marcatti Calembo pediu que todos os pais “cuidem de seus filhos”.
“Meu filho era uma criança muito doce, muito especial. Nossa família é cristã e ele sempre foi educado e pautado no respeito ao próximo. Os preceitos familiares estão perdidos na nossa sociedade, a gente tem que reforçar esses valores, e meu filho tinha tudo muito claro. Tudo isso poderia ser evitado”. Disse o pai de Joao Pedro ao G1 Goias.
Já o corpo de João Vitor foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, por volta das 11h20. Segundo colegas da vítima, ele e o atirador eram amigos e andavam juntos com frequência.
Uma das colegas que compareceu aos velórios é Alana Santos, de 13 anos. Ela estava na sala no momento em que o colega de 14 anos atirou. Para a adolescente, será difícil voltar à rotina.
“Ele zuava com todo mundo. A fama dele era de zueiro. E querido também. Isso aconteceu por falta de união. Nossa turma nunca foi unida, é isso serve de lição. Vai ser muito dolorido voltar pra aula”, disse a adolescente durante o velório de um dos colegas.
O diretor da escola participou dos sepultamentos, mas não deu entrevistas. De acordo com Flávio Roberto de Castro, presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino Particular de Goiânia, a outra diretora da escola, identificada como Tia Rose, passou mal ao receber a notícia do incidente na sexta-feira e permaneceu à noite hospitalizada.
O colégio não deve funcionar segunda-feira (23). “Na segunda-feira, vamos nos reunir com a comunidade e a professores e ajudar a escola a montar um plano de volta às aulas. A partir dessa conversa, mediada pelo sindicato e pelo Conselho Estadual de Educação, teremos um calendário”, explicou Castro.
Feridos hospitalizados
Quatro adolescentes de 13 anos seguem hospitalizados. Um boletim médico com o estado de saúde de três das quatro vítimas feridas foi divulgado pelo Hospital de Urgências de Goiânia por volta das 10h.
Agência Brasil e G1