Greve de Professores no DF deixa mais de 500 mil estudantes sem aulas

Publicado em: 12/03/2012

 

 

A paralisação dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal começou nesta segunda (12) e deve deixar mais de 500 mil alunos sem aula. A decisão pela greve por tempo indeterminado foi tomada pelos professores na última quinta (08) (veja matéria). Segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), as 649 escolas públicas do DF vão estar fechadas até 20 de março, quando será realizada uma nova assembleia e a categoria optou pela greve, alegando que o governo do DF não cumpriu acordos estabelecidos em 2011.

De acordo com a diretora de comunicação do Sinpro-DF, Rosilene Correa, que a categoria entregou no início do governo Agnelo Queiroz (PT) uma pauta extensa de reivindicações, que não foi cumprida. "O que nos levou à greve é um acordo de abril do ano passado que não foi cumprido, principalmente em dois itens: plano de saúde e reestruturação do plano de carreira. Isso passa pela recuperação salarial. Queremos a isonomia com demais categorias do serviço público no DF de nível superior. A negociação é que vai definir os índices de reajuste", informou dizendo ainda que a categoria está disposta a negociar.

Os professores devem realizar um ato público na próxima quarta (14), em frente à residência oficial do governador, em Águas Claras e marcaram a próxima assembleia para o dia 20 de março. De acordo com o Sinpro-DF, a categoria entrou em greve três vezes nos últimos dez anos, ficando paralisados por 54 dias em 2002, 7 dias em 2005 e 17 em 2009.

GDF – A Secretaria de Educação, através do secretário Denílson da Costa, destaca que mais de 90% dos pedidos de negociação, que começaram ano passado, já foram atendidas e reafirma que o GDF está impossibilitado de atender a todas as reivindicações, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), pois os gastos do DF estariam quase no limite do que permite a lei. “Reestruturar carreira não é somente reajustar salário, tem mais coisas importantes e isso já vem sendo feito. A comunidade é que mais precisa de aula, por isso pedimos sensibilidade dos professores, uma vez que a greve interrompe o processo de diálogo”, disse.

O próprio Agnelo, logo após a decisão em decretar greve tomada pelos professores, lembrou que a categoria foi a que recebeu maior reajuste na atual gestão. "Como explicar para a população que vai suspender um serviço essencial uma categoria que recebeu 14% de reajuste, o dobro da inflação, e com piso três vezes maior que o nacional?", questiona. Por seu turno, o Sinpro afirma ser a categoria de nível superior com o menor salário. “Nosso pleito e o compromisso do governo é que ao final de 2014 nós teríamos uma isonomia com as demais categorias. Estamos cobrando que se cumpra o que foi prometido. Está nas mãos do governo a duração dessa greve”, disse Rosilene.

Movimento Nacional – – Os professores da rede pública de ensino no país todo estão em estado de mobilização. A categoria irá paralisar as atividades por três dias desta segunda (12) até a quarta (14), para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin Leão, destaca que o movimento pode ser ampliado, por tempo indefinido, conforme as assembleias da categoria em cada estado.

Segundo informações do movimento, desde 2008, foi aprovada uma lei que institui remuneração mínima para profissionais da rede pública, mas desde então, estados e municípios afirmam não ter recursos para pagar o piso. A polêmica engrossou um pouco agora que o Ministério da Educação (MEC) anunciou que em 2012, o piso salarial da categoria em R$ 1.451, o que representa reajuste de 22%.

Foto, G1.

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