Levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) apontam que, de janeiro a setembro deste ano, 21 moradores de rua foram assassinados no DF, o que equivale a uma média de duas mortes por mês. As regiões onde houve mais registros foram o Plano Piloto, com seis mortes. Em seguida vem Taguatinga com cinco homicídios; Ceilândia e Águas Claras tiveram três assassinatos cada. A faca foi utilizada para matar em 14, a maioria dos crimes. Já armas de fogo foram usadas em apenas quatro dos registros.
Segundo a SSP, a maioria das mortes acontece onde há maior ocorrência de tráfico de drogas no DF. Para delegado regional da Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) Oeste, Adval Cardoso, a utilização de armas brancas está relacionada com o fato de a maioria dos assassinatos serem cometidos pelos próprios moradores de rua. Segundo ele, na maioria dos casos, as causas dos homicídios estão relacionadas ao álcool ou outras drogas. “Quase sempre estão relacionados ao consumo e disputa por drogas e por causa do estado deplorável de miséria em que eles vivem. São acertos de conta de dois coitados”, afirmou.
Questão social – Para Adval, o problema é mais uma questão social que policial, já que não há muito que a polícia possa fazer para evitar as mortes e geralmente os policiais são chamados quando há uma briga entre os moradores de rua, que são levados para a delegacia, assinam termo de ocorrência e são liberados. Depois de livres, eles conseguem efetivar o assassinato e o trabalho que precisa ser feito ultrapassa a esfera policial. “Quando eles voltam para as ruas, o resultado trágico já é previsível pelas condições sub-humanas em que eles vivem. É um problema social, de saúde pública. Essas pessoas precisam receber um tratamento e serem retiradas daquele ambiente”, afirma.
De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), 30% dos 2.500 moradores de rua do DF vivem na região central de Brasília e outros 30% nas regiões administrativas de Ceilândia e Taguatinga. Para a secretaria adjunta da Sedest Ana Ligia Gomes, só de estar na rua essa população já se encontra em situação de insegurança. Segundo ela, o governo trabalha coma série de políticas públicas integradas na área de educação, saúde, assistência social e segurança pública. “Não é ser vítima da segurança pública, mas ter direito a ela”, afirma.
Nessa política, a Sedest é responsável pelas questões de segurança alimentar, assistência social e de transferência de renda. Segundo a secretaria, um comitê será criado no GDF para monitorar todas essas ações.
Com informações do R7.